Senhor Pianista
Auber Fioravante Júnior
Olá Maestro,
Já ouço seu piano
Acordando minha poesia
Chamando-a para pisar descalça
Nas entrelinhas, e ali usar o mata borrão
Na tristeza e no rancor, acendendo a luz
À alegria para entrar e lançar seu pólen
Nos versos, que lá ou aqui esboçaram
À vontade de velejar
Em orvalhadas fragrâncias!
Ah! Divina melodia,
Incansável e perpétua nas mãos
De quem tem a razão de viver e sonhar,
Deleitando o amor como eu corsário
Das amantes velas, luminárias a esmo
De uma mesma virtude!
Ah! Dileta partitura,
Perdure por todo o sempre
O aroma das cores naturais,
Angelicando palavras arremessadas
Aos tempos, mesmo que em quimeras,
Sejam a raiz da luz!
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