“OLHOS VERDES SENSUAIS”
Ó terra dos rouxinóis e madressilvas de cheiro, que cantam de uma faia para um loureiro! Quiseste em prosa descrevê-la e eu em versos vou preenchê-la! E no aroma da madressilva vou dar-tos, para os leres no meio dos ramos entrelaçados, para aqueceres o teu coração! E quando acabares de os ler, já na noite escura dá-os aos rouxinóis, para que eles os cantem com a sua voz pura! Neste teu lugar há verde no mar, e na terra verdes diversos; mas o verde do teu olhar, nem os rouxinóis, nem eu, os sei cantar nos meus versos! Vejo na terra, no céu, no mar, em tudo ao teu redor, verde, que não é o teu, embora seja da mesma cor! E como se a cor não bastasse, uma expressão, que eu explicar nem sei, nos olhos tens e na face, que em mais ninguém encontrei! Nem no mar nem na terra, nem no reino dos vegetais! Como os teus olhos só conheço esmeraldas, assim verdes e assim tão sensuais!
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