Visagem
Afaga a noite o bafejar do vento,
luar se espalha, tênue como a aragem
dispersa as nuvens - e a mim, confesso -
na solitude deste doido verso.
O azul do dia traz um novo alento,
dourado em Sol, aviva e alça a paisagem
- como teu vulto, que parece impresso
em toda parte em flamejar perverso.
E me demoro, pois que sem socorro
escorro, alma, neste canto triste,
pois teu encanto - que já não existe -
é vivo em mim... E sinto que me morro
dessa visagem, Luz que me atordoa,
e é escuridade - que me descorçoa.
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