“TELA DE AMOR”
A folhagem do arvoredo inclinava-se vagarosamente
Carinhosa, quase a medo numa vénia não indiferente!
A lua, no firmamento o ver aquele par tão amoroso,
Dizia, sorrindo ao vento: “como é belo ser ditoso!”...
Na noite, um beijo forte suspira pelos montes e vales!
A lua no céu delira e diz baixinho à brisa - não fales!...
Os ventos obedecem, e sem ruído sopram suaves,
Só a ribeira responde aos pios noturnos das aves!
Que tela grandiosa conseguimos pintar na neblina,
Abraçados, bebendo a seiva dos nossos amores
Abrigados pela folhagem num tapete de flores!
Começa então a raiar a aurora e o brilho matutino
Com o sol a subir abrindo lentamente a cortina,
Mostrando à Natureza o nosso amor divino!
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