Auber Fioravante Júnior
A noite chegou feito uma tela de Monet,
Colorida, melancólica, para ser sincero,
Uma melodia única, como um verso
Em mudas palavras pintado poesia!
No espelho que só o vazio refletia
Há um andar em camisola de amar,
Deixando pelas pautas um tom de solidão
Tatuando em dor um culto ao silêncio,
Ao estrelar desenhando-se pelos céus em anil!
Enquanto a areia desliza na ampulheta,
Uma singular lágrima derrama-se em lamentos
Pela face, pelo peito devaneando em pulsos,
Olhai para o luar... Oh, poética d’alma...
Do lobo solitário pelo caminho das flores!
Da incandescente vela sobre a mesa
Um platô de lirismo abre-se em pétalas,
Botões esvoaçantes, agridoces mistérios
Etéreos como o cantar das aves noturnas,
Rasgando a madrugada, fazendo o amanhecer!
Do tarô aberto,
Uma imagem, um diagrama de tinta,
Um poema que despontou do pôr do sol!
Amor...
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