domingo, 30 de junho de 2013

Maria Irene Frieza

Se alguma vez

Se alguma vez, por mim na rua passares!
Não me olhes…não pares!
Pergunta-te se a mulher que estás vendo sou mesmo eu…
Sim…porque a mulher que tu conheceste!
Aquela a quem enganaste, desapareceu…
Desapareceu para de ti se esquecer…tinha que ser!
Para esquecer que um dia te amou, mais que a própria vida!
Te amou ao ponto de si própria se esquecer…
Mas tu não foste digno de um amor assim!
Por isso agora, só me quero lembrar de mim…
Aquela jovem a quem juravas amar…cresceu! Hoje nem para ti quer olhar!
Tiraste-lhe as ilusões…a alegria de viver…
Mas não te iludas! Porque um dia, alguém o mesmo te irá fazer!
Quando te sentires preso nas teias do amor…e quiseres sair!
Lembra-te apenas…
Que estás a pagar o que um dia me fizeste sentir…

Everson Russo


Manuela Bulcão

Tricotar de palavras...

Respiro em ti poesia, 
adormeço em ti longos dias 
é no silêncio das palavras...
que eu descrevo, todas as minhas mágoas
no horizonte desassossegado
procuro as palavras por todo o lado
de sorriso aberto…e coração apagado.

Quando em mim...
de ti,
recebo um abraço é a loucura plena
os meus lábios aninham-se nos teus,
de forma serena
abro os olhos apenas ás palavras
e as palavras…
as palavras são poucas p´ra descrever,
as batidas do meu coração ao te ver
corre nas minhas veia satisfação sublime…

O infinito está tão perto
e vive...
onde os sonhos se afagam,
dividindo-se numa estrada deserta
a transbordar por dentro,
está distância,
que o olhar não apaga nem o verbo aproxima...
é muito grande é aquilo, que de ti recebo…
num tricotar de palavras, visto a tua fragrância.
num emaranhado de emoções que não percebo.

Armindo Loureiro

Coração apaixonado…

Deitei-te em meus braços
E tu em mim adormeceste
Entre nós não havia espaços
Dei-te um beijo estremeceste
Parecia que estavas a dormir
Pois estavas ali tão sossegada
Sentia todo o teu zurzir
Num coração de apaixonada
Mas de repente te soergueste
De meu peito, tua cama
E um beijo tu me deste
Dos que incendeiam a chama
E depois de incendiado
Eu deixei de saber quem sou
Agarrei-te meu bem-amado
E meu amor logo te dou
E tu feliz e contente
Só pedias mais, e mais amor
E eu que isso tinha presente
Dava-te tudo com muito ardor
Meus poros escorriam sal
Tal era o teu fulgor
Num abraço sem igual
Em nós dois era só amor.

Eugénia Madeira

Pedaço de mim

Bateu-me uma brisa forte
como o perfume que um dia foi meu,
com um cheiro de mar, de salgado como o teu corpo
quando se aninhava no meu.
As nuvens passam agora fugindo
como o desejo que outrora me sufocava,
e um pedaço de mim se perdeu
naquelas asas de sonho,
que um dia nos seguraram
entre beijos e juras de amor.
Meus cabelos soltos ao vento,
minhas lágrimas que flores fazem sorrir
são pedaços de alegria que espalho
no sorriso do olhar quando a saudade
grita por ti.
E um pedaço de mim...
e um pedaço afinal...
que gravei no teu peito a sorrir
como uma flor de quintal.

Margarida Cimbolini

AR DO OCEANO

visito
teu ar
como
tua luz
bebo
teu vinho
descanso
na tua fonte
navego
em teu mar
cada dia
sei mais de ti
conheço
teu gesto
pelo teu passo
teu verso
meu abraço
tua mão
meu entrelaço
cibernauta
entre nós
,,,,o espaço,,

Telma Estevão

Não sou apenas um poema…

Lembra-te, não sou apenas um sonho que te envolve
A voz e os braços de um poema 
O desvio que tira o sono e o sossego à tua alma.

Percebe que os meus sonhos
Transbordam das minhas mãos curiosas
E deslizam pelos meus dedos, inquietos e ágeis
Tardando a minha dor e o meu envelhecer.

Se entrares no covil da minha alma
E de mansinho te moldares a mim
Sentirás, cada vez mais
Um remoinho de sensações dentro de ti.

Não deixes que eu perca a inspiração…
Verta palavras tortas e em labirinto...
Letras falhadas, frias e sem compasso
Versos embrenhados, incertos
E distantes.

Só te peço que deixes a minha saudade, reprimida
Se entregar e adormecer na ilusão
Só te peço que me deixes sentir as tuas prosas sem medo.

Ai amor! Ajuda-me a pousar nos teus sonhos
Adormecer com o teu rosto
E na madrugada nascer-te.

Céu Pina

Folhas caídas

Orvalhado vento,
Caídas no oco do ar,
Folhagem, na rua fria.
Teci flores,
Antes jovens e lindas,
Hoje…
Amarguradas e dispersas.
Ninguém as deseja!…
Positivos olhos,
Apreciam sensibilidade,
Esboçam emoção,
Retratam telas.
Majestosas e uteis,
São sombra, refúgio, cama…
Germinada, serviçal e amada,
Fui natural…
Derrotada…
Ausentei-me da existência,
Esquecida no chão,
Varrida pelo destino.
Serei poeira,
Selada pelo tempo.

Celeste Leite

EMERGINDO!!

Agita-se o mar, na ávida boca das ninfas,
E num momento mais escuro, 
Curva o azul num manto doirado.

Seja na vazante ou na enchente,
Quero apenas ser gente tentando emergir.
Pois nunca tive orgulho, nem o quero agora sentir.
E se no horizonte, desaparecer o solo que quero pisar,
Entrarei no mundo, mesmo com os pés descalços.

Quanto à areia férvida.... não me privará nunca de andar.
Por mais bizarro que seja, nunca embarcarei na cólera do mar.

Francisco Settineri

a

Saber teu rosto em paz há muito alegra
Aquele olhar antigo a ver ainda
Que a fonte enfim traz algo que não finda
Imerso nessa luz que desintegra...

E mesmo bem depois que a face negra
Alente-se na nova aurora vinda,
Ainda lembrarei, tristeza infinda
De tudo o que é perdido, como regra.

Mas nada a não ser canto a ti prometo
Pois sei do mundo por estreita senda.
Entrego as poucas linhas que cometo

E mais não sei fazer sob encomenda:
No mar do teu encanto eu me acometo
Avesso, o verso avista e o véu desvenda!

Maria Morais de Sa

Meu sol!

Irei até ao firmamento
e subirei por entre as nuvens
do teu descanso!

Despertarei os meus olhos
deste rosto cansado da noite
dormindo em teus lábios
que os meus leram ao acordar!

Abraçada a ti como um reflexo
tento deixar a minha marca mais profunda
como traço que te eleva
no meu mais belo despertar!

A noite que me segura
em tuas mãos presa por um cordel
quando no alto subo
para que pernoites
fazendo que brilhes lá do alto do teu céu
do outro lado que não te vejo
mas sei que és sempre meu!

José Gustavo Gonçalves


Ró Mar

Hoje não estou cá,
Estou apática, voasse-me a alma
Entre o ser e o querer.
Sim porque, para ser 
É necessário querer,
E eu não sei se quero!

Tenho caminhado
Pelos laivos dos meus sentidos,
Que falam vivos,
E, olhem que eles falam muito,
E quanto!

Mas, hoje não sei se quero,
Há sempre uma vez nossa,
Talvez seja isso, ou nem tanto,
Respiro uma certa mossa.

Falo de sentimento,
Raízes, que no vez em quando
Afloro nas asas de borboletas
Que se esvoaçam ao universo,
Digamos que, umas feridas saradas a verso.

São gritos da alma,
Gemidos do coração
Que me assombram, vou-lhes trocando
O passo, num ligeiro movimento,
Uma forma de conviver com a paixão.

Mas, hoje não estou cá,
Será que não sou, ou que não quero ser,
Talvez esteja um pouco cansada de ser,
De viver o que sou no voo que não quero ser.

Não quero, ou quero,
Esta minha indolência
Deixa-me um pouco perplexa,
Talvez seja uma fase reflexa
Mas é esta a minha essência.

Valter Silva Ferreira

DAS MAIS VARIADAS CORES

Dou-te muitas flores
Com todo o meu carinho
Dou-te muitas flores
Das mais variadas cores

Um verde turquesa
Da cor de seus olhos
Vermelho morango
De quanto tu beijas

Laranja dourado
De quando o sol bate
Por entre os fios
Que caem de sua franja

Dou-te muitas flores
Com todo o meu carinho
Dou-te muitas flores
Das mais variadas cores

Alias tem a cor
Que sombreia teus olhos
Com um tom bem suave
Da bela cor de lilás

E o azul que tu veste
Transparecendo em decote
Por sorte bem sei
Que é do azul o celeste

Dou-te muitas flores
Com todo o meu carinho

Jorge Morais …


coração congelado
para que seja amado
e não esquecido
se quer acautelado
mesmo que imaginado
arrefecido
transparente se mostra
há quem não gosta
por nada esconder
por isso te sentas
quando o acalentas
junto ao teu corpo
guardas
para que colado a ele
acabe derretido

Teresa Gonçalves

desenho letras que penetram na areia em forma de onda
em forma de mar a acordar gaivotas
que atravessam o tempo
com esta onda
na maré
onde deixo
os meus dedos
navegar em forma de concha
arrancada duma rocha bem rente ao mar.


prendo letras ardentes
na pupila do sol
que me queima a pele
e
bebo a água salgada que me chega aos lábios!

em apelos permanentes
recuso o vento.
sonho gaivotas
livres
em movimento
dançando ao ritmo da música
dos beijos das marés calmas e serenas sereias
sem asas de medo
sem lápis
sem tinta
sem papel
desenhando as letras coloridas da palavra amor
no espaço
do tempo.

Maria Teresa Costa


Armindo Loureiro

És um forno!

Com alegria
Fui um dia
À procura
Na noite escura
De alguém
Que era meu bem
Não o encontrei
Como o desejei
E então
Meu coração
Começou a chorar
Será que não podia amar?
Tal sonho
Só a mim
Enfim
Meu amor
Em desamor
Logo ali pereceu
Já não era meu
Tinha o seu quê
Mas mesmo que mo dê
Já não vou aceitar
Não te quero amar
Desta maneira
Foste apenas uma brincadeira
De Verão
Em que meu coração
Se iludiu
Porque em ti sentiu
Algo de diferente
E eu contente
Com esse sentimento
Aguardei-te naquele momento
Grande asneira
Eu ali fiz
Jamais poderia ser feliz
E tu tão contente
Mas também diferente
Com isso gozaste
Porque não amaste
Este ser
Apenas o teu prazer
Em me adicionar
Ao teu rol de amantes
Não por me amares
Mas apenas pelos instantes
Que com um homem passas
Não por massas
Mas porque és moderna
E te julgas eterna
E queres com todos
Fazer amor a rodos
Sem amor
Mas para criar a dor
A de corno
Já que és um forno
De tão quente
Eu o tenho presente.

Jaca T. Guto

Palavras sentidas num beijo...


Palavras sentidas num beijo 
tocando fundo o meu palato
arremessadas directas a meu peito
despertando o meu sentir no contacto...

Sinto versos e rimas em teus beijos
numa melodia poética sem cessar
transformando reais os meus anseios
no sentir declamado do teu beijar ...

Tudo mudou nesta experiência de vida
aprendendo muito no teu beijar
numa chama de palavra sentida
degustada no doce e terno soletrar ...

São sílabas o teu beijar aromático
numa essência perfumada de rosa
desabrochando em mim todo o tacto
os teus beijos dados em prosa ...

Um beijo transmite bem estar
sendo dado com a força da paixão
formando palavras sentidas de amar
em meus lábios tocados com coração ... 

Miriam Lins

LIBERDADE DE ENGANO

Vai, quando um dia você voltar
Quem sabe ainda possa encontrar
O amor que aqui você deixou.

Quem sabe um dia tão longe
Sei lá, eu sei lá, pra onde você for
Não possa existir um outro amor
Como o que aqui você achou.

Vai, pode ir, oh meu amor
Sei que pra você foi tudo ufano,
Que esquecer não custa nada
Um sentimento de engano.

Vai, que pra partir têm liberdade,
Mas só que antes de você ir
Eu quero te pedir somente um beijo,
Somente um beijo de saudade.

Vai, que vou guardar essa paixão
Porque sei que um dia você vai voltar
E quem sabe o meu coração
Não tenha esquecido de te amar.

E só pra terminar, oh meu amor
Vou esconder por você a minha dor,
A dor que me fez passar
Para que ninguém possa encontrar
Quem por você se enganou!

Poeta Dolandmay

José Gustavo Gonçalves


Claudio Carmo

ERA MAIS...

Era mais que desejo.
Paixão.
Amizade.
Era muito mais...

Foram bons momentos.
Ternos.
Tensos.
Havia um amor.

O tempo.
Não esperou.

Rompeu-se o elo.
Poderia ser eterno.
Guardado na mente.
Por vezes presente.

Inocente.
Esse amor nasceu.
Inocente.
Esse amor se perdeu.

Mais uma coisa é certa.
Era mais...
Muito mais...
Era belo.

Helena Martins

Quão belo é o pôr-do-sol, meu amor, fogo do amar a nosso olhar,
Quão divino, quão verdadeiro, quão pulcro que nos eleva a alma,
Numa quietude que nos encanta, que nos espanta de fascínio,
Incendiando a corrente que amarra nossos corpos um ao outro.

Quão enlevo, quão nobre, quão gentil, vindo nosso amar brindar,
Num afogueado, brasio de elevados sentimentos que nos leva
Ao mais infinito, ao âmago mais profundo do ser, à essência
Do verdadeiro amor, aquele que se concebe no outro mundo.

Quão lindo, quão radiante, quão fascinante …, meu amor,
Mas …, fugiu de repente e num ápice deixou-nos ardentes
Em frenesi, um bater de asas de borboletas dentro de nós,
A alma desceu dos céus e penetrou inteira em nossos corpos.
E, por instantes, quedámos no silêncio tragando a nossa voz.

Tereza Maria Caarneiro

PEDACINHOS...
A minha poesia hoje teria vários nomes
Pedacinhos de saudades, de momentos, de emoções...
Asas de um anjo que voa num céu azulado ou cinza
Estradas que um amigo resolveu trilhar
Oceano que alguém atravessou pra se encontrar...
Uma porta que ficou entre aberta
Uma pergunta que parou no ar
Aquela nuvem que formou um desenho no céu...
Uma estrofe da canção
Um sorriso que conseguiram traduzir a uma tela...
Quantas reticências pode ter uma poesia?

Sol Figueiredo

VIVO À TUA PROCURA – CANTO II

Tu és o luar que um dia me perdi...
És minha fonte em luz, minha energia,
És a paz que eu sonhei em ter um dia
A alegria em viver... Sonhos meus em ti...

Segundo por segundo te senti,
Em cada passo teu, tu és meu guia...
Caminho tão seguro, nesta via...
Que leva ao teu cais e porto, segui...

Plenitude em amor faz a alegria
Em meu coração, logo contagia...
Amor amante, amor louco e sonhado!

Amor que viajou décadas e anos,
Desfez tolos, fatais e vãos enganos...
Quão amor, já nasceu abençoado!

António Montes

É, TRISTE

Estou triste, não sei por que, mas estou triste
E me desculpe seu doutor, mas nessa hora de 
dor e angustia é que eu venho falar com o senhor.
É estou falando contigo é, não estou lhe ouvindo,
mas em coração eu sei que o senhor esta
ai falando comigo.
Eu não sei se eu mereço a sua atenção mas o
senhor, é o único doutor de tristeza que eu
conheço. Eu quero aqui nesse dia lhe pedir, as
minhas desculpas antecipadas, por nunca te
procurar para conversar contigo quando estou
vivendo na alegria.
Eu sei que o senhor, entende, pois o senhor é
soberano, mas eu estou querendo, alegria, e sei
que antes mesmo de perguntar tudo isso o
senhor já sabia, pois o senhor sempre sabe de
tudo antecipado.
Mas penso que me deixa ser castigado para
ouvir a minha voz o meu clamar, e com isso
me analisar. Sei também que o senhor sabe tudo
de mim meu passado meu futuro,
mas deixa-me navegar no escuro para ver as
minhas atitude, e verificar os meus pedidos.
Tu sabes tudo sobre todos nos, nos dar a força
e tira o amor, e dar os olhos para olharmos o céu.
Nos deu a terra para observar o mundo.
Nos deu o silencio para ouvirmos o barulho.
nos deu audição para prestarmos atenção.
nos deu alegria para chorarmos a tristeza
Nos deu o suspiro para chorarmos a vida
e nos deu a razão para machucar o coração
Nos deu o sentimentos para analisar a nossas
lágrimas. Nos deixa com fome para trabalharmos.
Nos deu a vida para alcançarmos a morte
fez a nossa direção com leste, oeste, sul, e norte
deixou as estradas para escolhermos o seguir
nos deu a fraqueza para que aprenda a ser forte
Nos deu a farinha para que fizéssemos o saco.
nos deu as nossas pernas para andarmos
e nos deu os pensamentos para voarmos
nos deixou nus para que pudéssemos se vestir
nos deu o coração para, enche-lo de compaixão
nos deu a felicidade para alcançarmos o amor
nos deu harmonia para vivermos em união.

Auber Fioravante Júnior

Amor Verso a Verso
Auber Fioravante Júnior

Um olhar de efêmero marejar 
Brotou pelo dorso da folha,
Em notas altas cantou poesia
Lira de um corpo envolto em magia,
Fantasia eleita pelo destino!

Quem sabe...? Solidão!

O opúsculo do breu iluminou-se
Semeando em cada página um luar
Com gosto de mar em bonança,
Em claves pelo silente de outrora,
Nostalgia pelo seio orvalhado!

Nos botequins da vida... Ternura!
Sobre as mesas tinta, papel
E a delicia do encontro com a pena,
Cúmplice delicada das seletas palavras
Abertas pelo lábio que está para o beijar!

Em cada pauta uma lágrima caiu
Revelando verso a verso ali escrito,
Segredos perfumados de amor
E uma taça de vinho tinto sabor de paixão
Desenhou-se em flores do agreste... Alvorada!

sábado, 29 de junho de 2013

Telma Estevão

Pensamentos vacilantes

Submersa em pensamentos
Confio á minha alma lânguida
Os meus desassossegos 
E as minhas vontades.

Controlo a magia desenfreada
Dos meus fantasmas
E das minhas tristes lágrimas
Por instantes…

Destilo dos meus olhos estranhos e perdidos
O murmúrio da chuva invisível e salgada…

Choro na imensidão
Dos meus versos mansamente
E aos poucos tudo cessa
No meu coração e…neste poema meramente.


Colho os silêncios espaçados
E a vaga do perfume distante
Grave e austero.

Mordo os meus lábios secos e macilentos...

Secam na minha boca
As palavras quentes e doces
E os beijos que nunca te confiei…

Falece-me aos poucos
O crepitar da essência.

Movem-se sem rumo os sonhos…
Perdura a saudade
Nas asas dos meus voos…

Recordo melodias em carne viva
Cheias de febre e de sangue a latejarem.

Shirley Cavalcante

COMUNICAÇÃO DO SILÊNCIO
Autora: Shirley M. Cavalcante

O silêncio, não é para ser fuga,
O silêncio, quando não oportuno,
Gera dúvidas, inseguranças,
Em quem quer se comunicar.

Uma parte quer ouvir,
Com o outro dialogar,
A outra parte, não responde,
Isso não é sabedoria,
É não saber se comunicar.

A falta de comunicação,
Gera conflitos, no trabalho,
Na vida pessoal, social,
Familiar.

Por isso, sempre que procurados,
Vamos com o outro conversar,
Agindo assim,
Problemas vamos evitar,
Com clareza e sabedoria se relacionar.

Manuel Manços Assunção Pedro

OLHAS P’RA MIM

Olhas p’ra mim… não invejes o que vês… 
Que sou simples, como a água num ribeiro!
Não sou, nem tenho, a vaidade que tu crês,
P’ra salvar a redenção do mundo inteiro.

Olhas p’ra mim… repara bem no que vês…
Sem ser astro, sou como o vento ligeiro,
que te afaga a “flor do rosto”, que talvez
por ti pague o seu quinhão em cativeiro.

Olhas p´ra mim… dizes sempre que sou grande…
Mas grande em quê, se em mim já nada expande…?
Chego a não saber até onde é que estou!

Desatento, nem sempre sei o que quero,
sem saber de onde venho eu desespero,
e chego a pensar que sou o que não sou! 

São Reis

Tenho os olhos cheios de palavras e silêncios
de palavras que não digo
e de silêncios que não sinto
E sigo a vida fechando os olhos
e abrindo-os uma e outra vez
tantos são os silêncios que me invadem
e tantas as palavras que me consomem!

Ró Mar

Jardim a Oriente

Sento-me “horas” pelo rio
Que ao Jardim se ondeia
E adormeço no Solfejo
Ao eterno beijo.

Um ínfimo vazio, pobre viola
Tão gasta…
Um desejo
Impulsivo e mui sonhos,
Mas, não basta.

A melodia já não é a mesma,
Mas eu sinto-a a si mesma,
Só o verde que sinto,
E, como sinto…
Me ousa tocá-la.

Aqui e além,
Sempre mais aqui, aquém,
Há Poesia
No Jardim a Oriente.

Manuela Bulcão

Não há maior silencio,
que o silencio dos meus botões
entram em casa sem fazer vento...
são cozidos sem um lamento
entram por fora e saem por dentro...
e para não entrar em confusões
pregam as cuecas aos .... "" cinturões""
Oh...é só contradições
já basta de silêncio...
e de botões aos empurrões.

Ró-Mar

EFEMÉRIDES- 29 DE JUNHO DE 2013

SÃO PEDRO – “O PESCADOR”

Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em português, como em Gálatas 2:11), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.

A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.6 Desta forma, Cristo, de acordo com a tradição católica, foi o fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe concedido, por este motivo, o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
São Pedro foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, segundo o Novo Testamento e, mais especificamente, os quatro Evangelhos. Os católicos consideram Pedro como o primeiro Bispo de Roma, sendo por isso o primeiro Papa da Igreja Católica.

Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. 

Segundo o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem.

No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".POEMA DE RÓ MAR

“S.PEDRO, O PESCADOR”

Ó S. Pedro, “Bem-Aventurado",
Quero ser teu cordeiro,
Por ti amado,
Serei leal e ordeiro.

Bendito sejas Simão,
Da Roma Rochedo.
Que Cristo abençoou, Pedro,
Das trancas na Santa mão.

Ó Apóstolo do Mar,
Na tua Barca quero navegar,
Mar abundante, sem recear,
Meu Coração vai alagar.

Ó Magnânima Rocha,
Sou tua irmã, meu Pescador.
Que o perdão dás ao pecador,
Alumia-me na tua tocha.

És Pedro, o Primeiro
Santo do Pontificado,
De nome edificado,
Nos Céus derradeiro.

Teu rebanho irás bem guardar,
Nas Chaves que Jesus concedeu.
Do teu lado, quero estar,
Privar das águas que Cristo bebeu.

Os Céus quero amar,
Longe das chagas do Inferno.
No reino dos discípulos,
O prenúncio de crepúsculos.

A léguas do Inverno, Meu Mestre.
Sempre Primavera na Vida.
Não aprecio o Cipreste,
Presságio de despedida.

Trago no Coração,
A grande Oração,
Ao peito a Flor de Lis,
Sei que assim serei Feliz.

RÓ MAR

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POEMA DE RÓ MAR

“S.PEDRO,O PESCADOR”

Ai, Lisboa...
De Varina na proa
D’Alfama à Madragoa,
Pelo S. António, S. João avoa.

Na fogueira a pular...
Sem o manjerico cheirar,
Nem o casamenteiro,
Me regou o canteiro.

Sou ave de capoeira,
No Tejo provo cachoeira.
Fibra de tecedeira,
Quero é brincadeira.

Vamos lá o passo acertar, 
Vem aí o S. Pedro, pescador.
Com ele o grande andor,
É Barca de Salvador.

Vou ao bailarico,
Ver se prenha fico.
No 13 de Junho, ano que vem,
Vai ser um vai e vem...

Ai, S. António, que herança...
Eu e o meu campónio,
Vai ser uma festança... 
Filarmónica e harmónio, só dança.

Que Regalo, meu S. João,
Esvaziar o Balão.
Vai ser arraial até mais não,
De chave na mão.

No 29 ao Batismo vamos, 
Meu Simão, por onde andámos...
Serás Pedro o Aventureiro,
Senhor do Reino.

RÓ MAR

**********
POEMA DE RÓ MAR

“S.PEDRO,O PESCADOR”

Pelas ruas e ruelas
De Portugal
Sente-se nas goelas
O ar de Festival.

Papelotes, passadeiras,
Candeeiros, assadeiras,
Na fauna dos Santos Populares,
Tradições seculares.

O peditório do S. António,
Não leva tostão furado.
Os euros estão no penhorado,
Mas, a rapaziada não desiste do casório.

As Fogueiras do S. João,
Andam um pouco à média Luz,
Mas ainda há manjericão,
A alegria que o povo produz.

Está-se bem é com Pedro, na Janga...
Com os cortes que há,
Andamos todos de tanga, é o que há.
Vamos lá a arregaçar a manga.

Ó Pedro, O Salvador...
Calhau do Senhor,
Leva-nos na tua Barca,
Livra-nos de Gente parca.

Vamos lá, a cantar...
A canção do Mar,
Pró Santo pescar,
O novo ritmo de amar.

Ser Gente de Esperança...
Não basta pregar,
É preciso trabalhar,
S. Pedro era pescador.

Trazemos na ideia,
Vermelho, verde, amarelo...
Não precisamos de Gente alheia,
O Santo tira-nos o farelo.

E, agora vamos ao arraial...
Rir e brincar, ninguém leva a mal,
As chaves de Pedro na ferrugem,
Somos um povo de muita penugem.

RÓ MAR