25 de Abril-Revolução dos Cravos
Pois,pois...
Os tempos hoje,não são,
nem de cravos nem rosas,
os heróis do mar,continuam a remar...
E para resistir ao ferro e ao fogo
não podia ser rosa,
tinha mesmo que ser cravo.
Vermelho e destemido,
como as cores,
do sangue dessa gente
que brada por liberdade.
Nação valente,que continua à marchar!
Vera Queiroz
25 de Abril
Foste semente da esperança,
Germinaste no cano da espingarda,
Floriste no sorriso de uma criança,
Nunca houvera flor tão desejada.
Pena que aqueles que te plantaram,
Regando-te com seus ideais,
A falsos jardineiros te entregaram,
Hoje, sabes bem, é tarde demais.
Foste fruto do sonho de um povo,
Povo valoroso, nobre e valente,
Que saberá sonhar-te de novo.
Não podemos esconder a verdade,
Tu nascente com ideal diferente,
Nasceste do ideal da Liberdade.
Francis Raposo Ferreira
em abril a 25
voámos de novo
numa madrugada clara
libertos de vendas
grilhetas e guerras
sonhámos um país novo
um país puro e limpo
feito de manhãs eternas
quisemos a utopia
guardada tantos anos
nos baús de acesso restrito
voámos
demos as mãos
mais que amigos
dissemos: irmãos
corremos
chorámos
beijámos
dissemos:
a paz
o pão
habitação
continuamos
porque ainda se não cumpriu
aquilo com que sonhámos
António José Cravo
Lamentos de Abril…
E quando todos se vão
O país fica diferente
Fica a chorar o coração
Desta nossa tão boa gente
Que gosta demasiado dele
D’uma forma plural
Mesmo que fique sem pele
Diz que a ele não há igual
Foi pena abrir fronteiras
Da forma como abriram
Para mim foi só asneiras
E agora todos o sentiram
Sente-se em demasia
Os erros que são cometidos
E quem paga é a democracia
Pelos erros bem sentidos
Democracia que não a correta
Mas sim aquela que temos
Em que a maldade é bem concreta
Praticada por quem sabemos
Sabemos bem quem eles são
E disso podem ter a certeza
Não se presta por omissão
Onde a alma não tem beleza
Procuremos pois então
Acabar com as diabruras
Desta gente que é um senão
E só sabe viver nas alturas
Quando caírem eles vão dar fé
Dos erros que cometeram
E jamais ficarão de pé
As jornas que ao saco meteram
Vão roubar até um dia
Até que o povo massacrado
Ganhe alguma rebeldia
E lhes acabe com o seu fado
Nenhuma Virgem os salvará
Depois de toda esta ladroeira
E nem pena deles terá
Por serem gatunos de ginjeira
Roubam tudo o que é trabalho
Conseguido com denodo
E amarram-nos um nagalho
Nesta voz que é do povo
Sinto-me um pouco cansado
Quando olho para os idosos
E vejo tanto pecado
Cometido pelos vaidosos
Se a vaidade pagasse imposto
Os políticos estariam depenados
Basta apenas olhar seu rosto
Para ver o riso dos desgraçados
Armindo Loureiro
Numa altura em que nos aproximamos das comemorações do 25 de Abril,
parece-me que se torna mais evidente que nunca a falta que homens deste calibre
fazem a Portugal, pena que outros que nada fizeram pela vitória do movimento
dos Capitães de Abril, se tenham dele aproveitado para hoje terem uma bela vida
e contribuído para o estado a que isto chegou.
Viva Salgueiro Maia
Salgueiro Maia
As palavras sábias que escutámos,
Falavam das diversas formas de estado,
Uma delas, o estado a que chegámos,
Mantém-se, tanto tempo passado.
“Nesta noite solene, vamos acabar
Com esta modalidade estado,
Mas só me farei acompanhar
Por voluntários. Ninguém é obrigado.
Era um homem decidido,
Que acreditou sempre até ao fim,
E nunca se deu por vencido.
Quem quiser ir comigo que saia,
Quem não quiser sair fica aqui.
Assim falou o homem Salgueiro Maia.
Francisco Raposo Ferreira
RE(de)VOLUÇÃO
Devolvo-te os cravos
Da liberdade revolução
Os gritos vociferados
Em papel devolução
Os cravos vermelhos
Desse Abril emoção
Ainda nos espelhos
Refletido dia feriado
Luta ou ilusão
Na ponta da arma agravo
Dos dedos da tua mão
Gesto do menino
Segurando o cravo
Que mudou o destino
Do país escravo
Ainda sentido
Cravo da liberdade
Olha-se o tempo no vidro
Rebarbado rubro partido
Contam-se os dias velhos
Que gritaram um só sentido
Contra todos os conselhos
Viva a liberdade
Doida revolução
Abril perde-se na idade
Das flores enfeitando canos
Das armas da saudade
Apontadas à desolação
Fardamentos verdes castanhos
Livramentos estranhos
A marcar a infelicidade
Das ideias revolvidas
Vidas mal resolvidas
Outras tantas devolvidas
Perdurando pelos anos
Comemorando despedidas
Em lamento revolucionário
Cantigas de desenganos
Num hino reacionário
Palavras da liberdade
Poema revolução
A continuar a saudade
E esta doce ilusão
…
Ana Conceição Bernardo
musa
ÁGUAS DE ABRIL
O silêncio que transporto
Na minha alma de poeta
Errante
Não incorpora frio
Neste andar ao desvario
Sou um poeta do mundo
Que chora um menino ferido
Uma bala desavinda
Sem destino definido
Sou um poeta que grita
E canta canções sem rima
Sou amante da natureza
Dos seus cantos e recantos
O cantar da ave rara
No ôbô
Anunciando chuva
Rega os campos descampados
Fertiliza-me a memória
Para anunciar novas canções
Aqui e sempre no meu caminho
Em liberdade quero estar
Florescendo CRAVOS
Com águas quentes de Abril
Carlos Fernando Bondoso Bondoso
25 de Abril -
Ao meu e aos
outros filhos
José Brites Marques Inácio
A cor dos olhos
cravo posto
pelo gosto
de mil sonhos.
Chuva, frio
e vento
barco sustento
que te faz ao rio.
Ollhar de brilho
sob o sol
antes do arrebol
querido filho.
José Brites Marques Inácio
Abril
Se fecho os olhos,
Vejo as cores de abril,
Serpenteando
As chamas da esperança,
E aquele ousado
Orgulho em mim emerge,
Tal euforia
Nos passos de uma dança.
Se ouço o silêncio,
Tudo é melodia,
E a voz do povo
Soa-me cadente,
Acorda em mim
A fé daquele dia.
Embalo o sonho
Ao som de tanta gente
Mas
Se desperto,
Tudo é utopia,
E aquela Grândola
Soa-me distante.
A voz do povo,
Que a dormir ouvia,
Esvai-se em choro
Dolente, constante.
Maria da Fonte
ESPERA-SE OUTRO ABRIL!
Hoje todo o “cão” e “gato” falam d’ abril…
Uns, com pedra no sapato, outros, sem ela.
Mas o que é certo é que mês d’águas mil,
se ouvem foguetes por detrás da janela!
Há sempre alguém como eu que sente o travo
Dum sonho prometido, muito mal contado,
Ao povo p’las pétalas vermelhas do cravo
Continuam a lutar p’ra um melhor estado.
Basta o que basta já basta, basta. Chega!
O povo está farto da vida dura, negra,
que lhes é ditado por lei tod’ela vil
O “Cão” que não o Cão animal, meu amigo,
ladra e arranha tal como um Gato inimigo,
enquanto espera outro vinte cinco d’abril!!!!
Joellira
ALEGRIA EFÉMERA
Eu vi Abril chegar
e senti
que o sol ia voltar
aqui.
Veio Abril de novo.
Acreditei
no grito deste povo
e errei.
Foi um estado febril,
Afinal...
Não houve ainda Abril
em Portugal.
Paula Amaro
25 de Abril (Sempre!)
Num só dia os deuses assinalaram
o ciclo de negrume e crueldade
que se expandia na pátria. E pararam
tudo o que, sendo inverdade,
feria fundamente todos quanto
da terra não mais queriam que a paz.
E num momento tudo foi espanto
do que pode construir-se e se perfaz
quando pelas ruas a alegria vem à luta
e o novo dá lugar ao que era velho.
Foi esse dia não mais do que vermelho
e deuses fomos na bênção absoluta
em que a exaltação de um foi a de mil
por todo o júbilo que nos trouxe Abril.
Amadeu Baptista
25 DE ABRIL
Os infelizes que reinam neste reino,
para outros nomes não lhes estar a chamar.
Em revolta com ou sem cravos,
urgentemente o povo tem de os derrubar.
Eis que chega um novo 25 de Abril,
da força, unidade, mundo irmão.
Se queremos paz, fraternidade, tolerância,
lutemos unidos porque temos razão.
Estes lobos com cheiro a ganância,
egoístas, dos cinco continentes.
É preciso calar toda a sua arrogância,
não demora muito e somos todos dependentes.
De desmedida ignorância desfrutam,
o endinheirado, o velhaco e o imundo.
Pavoneiam-se por este belo país,
que de fome está a deixar o povo moribundo.
Vou comprar o mais belo cravo vermelho,
para colocar na lapela do meu casaco.
Eu só quero vir a ser um espelho,
para que se veja o nosso pobre Cavaco.
Joaquim Barbosa
HOJE, CRAVO ...
Hoje
Sou o cravo,
de Ontem ...
Venho
das terras do nada ...
Percorri ventos
nas tocas da madrugada ...
Pintei o silêncio
na carabina ...
Nasci, na voz
da multidão ...
Cravo vermelho entre mil
mesclei o Abril ...
De inocente,
acabei réu ...
Fui capitão,
policia, e ladrão ...
Uma
guerra da fome,
sem isenção ...
Fui fermento,
na partilha do pão...
O Hino
Sangrento,
o cheiro da pólvora
da cólera dos ventos ...
Fui a bonança
e o vendaval,
a Velha Esperança,
Uma
raiz e um caule ...
Fui o sangue
do IMORTAL ...
Que procurou a
verdade da ...
LIBERDADE SIDERAL ! ...
Fui
Criança,
Homem,
Mulher,
Amanhã, seja o que Deus, quiser! ...
VIVA!
A LIBERDADE! ...
Anabela Pimentel
REVOLUÇÃO
Há necessidade de uma Revolução
De mentalidades e valores
Há que agir firmemente e dizer não
Pelo bem-estar dos trabalhadores.
Revolução por uma grandeza
Portugal é um País de valor
Temos de acabar com a pobreza
E lutar por justiça e amor.
Se cada um manifestar sua voz
Fazemos uma grande revolução
Temos de acreditar em nós
Ter fé e agir com determinação.
Temos de fazer uma revolução
Com liberdade e muita esperança
Leva muitas flores na tua mão
E caminha em frente com bonança.
As revoluções terão de ser realizadas
Dentro de cada um, no seu coração
Luta pelos tuas ideias desejadas
Com amor, muita luz e gratidão.
Bernardina Pinto
25 DE ABRIL
Eco da libertação
Rompeu-se o silêncio,
Do luto e do medo.
Vibrou a esperança,
Havida em segredo.
Que fez deste rio,
A forma da sorte.
E fez deste campo,
A vida e a morte.
E fez em segredo,
As armas da paz.
E venceu sem medo,
A sorte e a morte.
Rompeu a manhã,
Desse negro dia.
Dessa longa noite,
De quem nos traía.
Nasceram sorrisos,
Ocorreram abraços.
Aos que apodrecia,
Sangue aos pedaços.
Corpo de rastos,
Aceso da guerra.
Da alma o grito,
Que saiu da terra.
E agora que vivo,
Que fui libertado,
Porque sou preciso,
Também sou soldado.
Também sou soldado.
Também sou soldado.
Zé Soares
Liberdade
O que tens tu,
Liberdade,
Para que tantos te acreditem?
O que apregoas tu,
Liberdade,
Para que tantos dêem
Suas vidas em teu nome?
Que beleza escondes tu,
Liberdade,
Para que tantos
Te queiram conquistar?
E que poder realmente
Se acha em ti,
Para que outros
Te queiram derrubar?
Não sei que tesouro honroso
Descobriste em mim,
Liberdade,
Para nas linhas de meu coração
Constituíres residência…
Que importância, afinal, tens tu?
Que mistério se esconde
Em cada letra de teu
Glorioso nome?
Que feitiço murmuras
Para que os punhos se cerrem,
Para que o sangue ferva
E para que a determinação
Suplante a inércia?
Ó Senhora das batalhas,
Ó Mãe dos Ideais,
De que Reino és Rainha?
Podes ser impulso desenfreado,
Cegueira efémera,
Vitória alcançada
Ou mesmo paz perdida,
Mas, sem ti, nenhum Homem
Poderá realmente afirmar
Que possui vida...
Pedro Belo Clara
Revolução
Abriram-se as portas das prisões,
Cantaram-se hinos à Liberdade,
Perdoaram-se todas perseguições,
Torturas e actos de atrocidade.
Fez-se a revolução dita exemplar,
Acreditámos, de alma aberta,
Em quem só nos queria enganar
Usando a democracia como coberta.
Faremos honra à nossa história,
Não sendo rebanho nem manada,
Fazendo nova revolução em glória.
Se preciso de armas na mão,
Sem cravos no cano da espingarda,
Mas com a Liberdade no coração.
Francis Raposo Ferreira
Revolução/Anos velhos
Dizem que es um ser maduro-38 anos...
Ganhaste experiência , desvelo, imortalidade...
A história fez-se realidade. Há democracia
Só falta eliminar a mentira e gritar verdade....
Somos povo; admiramos a arte, a literatura,
Fazemos das palavras balas arremessadas ao ódio....
Não queremos consensos convenientes mas sim
uma decisão de melhoria que acabe com este opróbrio....
de ver a liberdade, um círculo pessoal,
de aceitar admirar-se com a degradação....
queremos lavrar o poema como crítica de acção
E fazer da riqueza de nós mesmos,o luar,o mar
o campo fértil de nossa aspiração....
Para assim removermos a angústia....Nós somos a libertação da
imposição....Nós somos renovação....
Agostinho Borges de Carvalho
À ESPERA DE DIAS MELHORES
Estou para aqui abandonado, à espera,
gostava de ter algum poder na minha mão.
Isto não muda e a minha esperança desespera,
para resolver esta complicada situação.
Há muito que vivo preocupado,
passo as noites e os meus dias com medo.
De perder tudo e ficar desalojado,
para tanto basta que venha a perder o emprego.
Estou à espera e continuarei a esperar,
a este ritmo de vida louco e veloz.
O que será de nós se esta crise não passar,
se os do costume nos vierem amordaçar,
teremos de calar, pois não é nossa a nossa voz.
Vêem-se por aí, certos senhores, fingidos de trabalhadores,
mas nada fazem, são os que têm demais, em demasia.
Vivem impunes, não são nunca incomodados,
arranjam formas de nunca serem prejudicados,
quem paga é o zé, esta galopante carestia.
Mandam os melhores emigrar para ter trabalho,
quem trabalhou 40 anos, tem de esperar.
Os jovens são aos milhares desempregados!
E os patrões que já não pagam ordenados!
Ora digam lá, se isto não é, para revoltar?
A fome grassa por esse país inteiro,
os bancos são os senhorios de Portugal.
Porque há casais que perderam o seu emprego,
para quem a vida é um constante desassossego,
só uma revolução para emendar isto que está mal.
Joaquim Barbosa
25 de Abril
O 25 de Abril e uma data especial
Porque o povo unido à rua saiu
A dizer não a uma ditadura total
Queria liberdade e o fascismo partiu.
Foi alegria, esperança e cravos
Em todas as ruas e nos corações
Porque todos foram muito bravos
Querendo uma vida com condições.
Essa data devemos sempre lembrar
Viver cada dia com muita coragem
Pelos teus direitos deves lutar
Para o fascismo parecer miragem.
O 25 de Abril temos de viver
Todas as conquistas não esquecer
A revolução dos cravos admirar
Liberdade e justiça queremos ter.
Viva a liberdade e o 25 de Abril
Ergue a tua voz hoje e em cada dia
Sejamos muitos, mais que mil
Porque o povo merece essa alegria!
Bernardina Pinto
A Liberdade nasceu,
No coração de Abril,
Os cravos vermelhos floriram,
Na revolta das armas,
Nos sorrisos a medo,
Que saíram à rua…
Houve sol nos rostos,
E lágrimas de felicidade,
A madrugada de Abril,
Varreu as esquinas ensombradas,
Um grito explodiu no País,
O sol se soltou em raios,
A noite se iluminou,
As janelas se abriram,
A música marchou,
Liberdade!
Cristina Correia
POEMA AO MEUS PAÍS
Dedicado:
Aos Capitães de Abril
Aos que estiveram presos
Pelos seus ideais democráticos
Aos que sofreram no exílio
Na luta pela liberdade
Com as suas canções
Os seus livros
E os seus poemas
POEMA AO MEUS PAÍS
Vi neste glorioso dia
O meu povo sem igual
Que na História escrevia
O renascer de Portugal
Vi o meu povo cantar
Os poemas da liberdade
E a alegria de se encontrar
Nos caminhos da verdade
Vi erguidas as mãos
E os dedos em vitória
Dos portugueses que o são
Na hora da glória
Vi ternura em cada olhar
E cravos vermelhos oferecer
Corações aberto para amar
Como um símbolo que diz vencer
Vi coragem, tenacidade e querer
Vontade e liberdade saudadas
E a força da voz dizer
Obrigado Forças Armadas
Vi o meu país liberto
Com a aragem do novo vento
Trazendo a mensagem aberta
E a livre expressão do pensamento
Vi o fim da censura
Do terror e da opressão
Do fascismo e da tortura
Do assassínio e da perseguição
Vi enfim a alegria e a grandeza
E a voz do povo unido
Com força, firme e com a certeza
De que jamais será vencido
José António Ribeiro
RECORDANDO OS CRAVOS NA ERA DOS CRAVAS
Troika ruim e cruel que , nos surgiste
Tão cedo nesta terra descontente,
Avia-te daqui rapidamente
Que nenhum português ficará triste
Se lá, desse teu lar donde surgiste
Memória desta terra se consente
Nunca te esqueça nunca a nossa gente
A quem tão fracos tratos inflingiste
E se vês que te é dado a compensar
Toda esta dor imensa que deixaste
Nos meses em que andaste a torturar
Pede a deus, em quem nunca acreditaste,
Que bem cedo te faça acompanhar
Do ninho de coelhos que criaste
El Greco (José Sepúlveda)
25 De Abril
Abril despertado nas noites de cativeiro,
Iluminado pela aurora da liberdade,
Em jardins de vermelhos cravos,
Nas armas caladas...
Que beijavam o chão da esperança,
Na canção feita senha,
Ecoada pela rádio da salvação,
Grândola a tal vila morena cantada,
Da Catarina Eufémia que pedia pão
E recebeu a morte,
Dos trigais da exploração,
Em campos de vastidão!
Liberdade, liberdade...
Gritava-se em exultação,
Como em sonhos nunca antes sonhados,
Gritava-se pela liberdade,
Nas ruas escurecidas,
Por uma ditadura que agonizava,
Sob os pés de homens fardados,
Inconformados com a miséria
E direitos atrofiados,
Deste Portugal amorfo.
José Carlos Moutinho
25 DE ABRIL
Hoje...
25 de Abril,
uma data marcante
para mim!
Hoje...
recordo Abril,
uma data tocante
para mim!
Abril…
Abril, vontades mil,
tenho tanto para contar,
tanto para dizer e ditar.
Abril…
Abril, vontades mil,
são mais de mil,
mais de mil vontades
que tenho vontade,
mas tanta vontade
de vozear.
Abril…
Abril, vontades mil,
que as minhas vontades
possam ser escutadas
e as ansiedades,
por mais ousadas,
ser aquietadas.
Edite Pinheiro
25 DE ABRIL ONDE VAIS...?
EU não posso senão ser desta terra que nasci...! A onde agora ao Mudo
pertença e sempre a verdade vença...!Será agora aqui que ser livre tem
preço...?ABRIL 25 E SEUS CRAVOS a onde estão...?Troycaram tudo em Maldade será
o fim de uma liberdade...?É Quase um crime Viver,mas embora escondam tudo e me
queiram cego e Mudo não hei-de Morrer sem saber que os da revolução das flores
"CRAVOS"os querem de fora fanados...!!Um dia onde vencer...! A
liberdade custa muito caro e temos ou de nos limitar-nos a viver sem ela...!OU
dela decidirmos pagar caro o seu preço...!A REVOLTA QUASE ESQUECIDA PELA
LIBERDADE ,ESSE BEM QUE NOS PERMITE DESFRUTAR DOS OUTROS BENS...ONDE VAIS ...?
Mario Sampaio