quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Patricia Pessoa

Um novo despertar

Nada acontece sem que o universo esteja despercebido
Nada sucumbe a dor diante da alvorada
Não há sufocamento diante do gemido
Que não tece luz na longa jornada.
Há uma luz no fim do túnel
Que se dispõe a borbulhar
Vastos, folhas de papel
Justiça, soldados a brigar.
Há um novo despertar
Surgindo no clarão do dia
Certamente irá me acordar
Numa profunda sintonia.
Hoje resolvi sair pra vida
E dar vasta solução
Ter a mente resolvida
Enraizada de pura razão.
Chega de caminhar a esmo no chão
Parando em cada canto, dilacerando o coração.
Hoje, um novo despertar
Para além de mim mesma
Chega de ser telespectadora
Amadora
Errante como lesma.
Chega de ficar no auditório
Sendo plateia de minha existência
Esperando o velório
Perdendo minha essência.
Um novo despertar
Uma nova atitude
Uma nova postura
Chega de cárcere privado
De dor camuflada a meu lado.
Chega de oposições internas e externas
Chega de obscuridades
Sanidades
Falsas verdades.
Chega de idolatria
Hispocrisia
Nostalgia.
Chega de submissão e pavor
De devorar meu próprio valor.
Hoje, um novo despertar
Acordei para a vida
Acordei para o luar
Acordei para mim mesma.
Não me permito mais a indolência
A maledicência
O desprezo da oposição.
Que vá para as favas
A contrariedade de meu ser em questão
Que vá para as favas
A manipuladora verdade
A hipócrita sociedade
A falsa santidade
A falsa ingenuidade
A corrupta magia
Do falso amor.
Poupe-me deste falso amor.
Poupe-me desta falsa alegria
Palmas, sorrisos e vazios corações
Apenas frustradas emoções
Dilacerando almas e pessoas em solidões.
Hoje um novo despertar
Uma nova vida
Um novo caminhar
Livre
Livre
Livre
Para viver.

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