domingo, 20 de outubro de 2013

Margarida Sorribas

(A todos os Poetas) O POETA O Poeta! Esse crente e eternamente apaixonado que ama infinitamente numa paixão de tudo e de si mesmo. Ele ama a paisagem bela da vida em toda a sua plenitude exaltando essa beleza na grandeza da sua poesia que o faz sentir-se sublime. Não recusa nunca as verdadeiras fontes de emoção que a vida lhe permite. Por isso lhe sorri e nas suas preces agradece a Deus todos os dias esse milagre. O Poeta tem dentro de si a alegria, a simplicidade e o alvoroço que vive no coração das crianças, nas flores silvestres que nascem e crescem livres pelos campos, nas aves que voam soltas e libertas pelos ares, donas dos céus e das estrelas. O Poeta consegue ver nas coisas mais simples e pequenas as coisas mais belas e extraordinárias porque os seus olhos e a sua imaginação o levam para lá da barreira do intransponível. Ele prefere plantar a construir porque construindo a vida perde o sentido depois quando a obra acaba; plantando, mesmo sofrendo com a devastação das fortes tempestades, nunca descansa mas o seu jardim não pára de crescer tal como o jardim dos seus versos, seara dos seus beijos que está sempre em flor. O Poeta chora. Chora baixinho. Chora na tristeza, chora de emoção, chora no amor. Chorando na sua tristeza ele vive como pedinte no silêncio das noites apagando, com seus beijos de poesia, as estrelas quando a madrugada chega. O Poeta chora de emoção, contemplando a beleza casta e pura de um entardecer. Ah, mas o poeta chora lágrimas doces de felicidade plena e extrema depois de fazer amor com o seu amor porque na entrega ele dá-se inteiro. Bem-aventurado aquele que desperta o amor do Poeta e se deixa levar nas suas asas porque o seu amor é um botão de rosa mas de rosa brava, selvagem, de seiva repleto, resistente a tudo e a todos e que não verga nem com a fúria das fortes ventanias porque o amor do Poeta é uma força viva da Natureza numa constante e permanente renovação. O amor do Poeta nunca dorme e os dons do amor ele não os partilha com ninguém. O Poeta é cheio de amor p'ra dar. A sua dor no amor é um convento onde só nascem flores roxas aos molhos, lírios, verbenas, saudades, violetas, lindas que outras iguais ninguém viu e é nesse convento que ele se refugia e chora e grita sozinho, sem ninguém ver porque dentro da sua alma tudo se dilui e desfalece em cinzentas brumas e fica cego e vestindo-se da noite com o seu manto de viúva perde o norte como uma ave pequena que caiu do ninho e se perdeu, voando sem rumo em busca de abrigo...o abrigo do poeta é a sua poesia e nela espera que as suas lágrimas sequem. O Poeta é simples ... o Poeta é puro ... o Poeta é bom ... o Poeta é bonito ... o Poeta é Amor!!! 

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