quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Manoel Ferreira

POESIA DO VENTO

Sibila de versos o encontro/desencontro de horizontes
Por entre montanhas con-templando no longínquo a distância de desejos
Vaga de estrofes entre galhas de árvores, na curva de caminhos bifurcados
In-finitos espaços por onde, re-colhendo atrás dos tempos o vir-a-ser
Do sol iluminando de raios o alvorecer de novas esperanças
Da luz numinando de faíscas o passar de instantes
Re-faz de sentidos a dança lúdica nos cata-ventos re-versados de imagens
Perpassa do infinito ao espaço universal o porvir da imagem re-fletida
De folhas viçosas, verde nítido, transparente, balouçando livres,
Dançando à mercê de momentos no crepúsculo pálido do entardecer...

A idéia do meu pensamento
angustiada
que se enchafurdou no interstício de meu ser
indizível
por mais que quisesse ser dita
por mais que desejasse ser expressa
por mais que a quisessem dizer
por mais que a quisesse expressar
Inter-dito, dito
Vento de leste a perpassar o sul de horizontes longínquos.

A essência do meu amor
angustiada
que se enclausurou no íntimo
bem no íntimo de mim
incomunicável
por mais que quisesse
ser trans-ferida
por mais que quisesse
ser trans-cendida
por mais que a quisessem
trans-ferir
por mais que a quisessen
trans-cender.
Ventos de antanho a deslizar suave o presente de sendas por virem. 

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