segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Élia Morais Araújo


(NOITE POETA)
Eu ando entre as flores escuras…
Entre o rocio, os ocres das parras,
Os sussurros dos passarinhos, nos ninhos…
No entardecer das cores…
Já sou só sombra no jardim, e pinto-me assim,
Brinco de esconde esconde de roda do jasmineiro,
Exprimo a explosão de odores,…completo intenso…
E corro, corro à descoberta das paixões,…
Subo ao embondeiro, atinjo o auge da juventude…
Ando por entre a infância, sem constelações, das provações,
Dos meninos que passam fome!Jogo escondida com eles à bola,
Aquela, de trapos, suja!...E vou sem direcção…
Nem peço perdão, ao andar por aí escurecendo harmoniosamente,
Faço morrer silenciosamente o dia, ao toque das trindades,… as Avé marias…
Enquanto me escrevo, o poeta que sou…sinto do vento o açoite,
O poeta que faz o que quer…será homem?Mulher?
Sou apenas a veia do poema, a deslumbrada noite!

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