terça-feira, 1 de outubro de 2013

Élia Morais Araújo

(UTOPIA)

Nas páginas libertas dos sonhos,quero aprender a falar comigo,
A não esquecer se vivo, enquanto vivo, e para que vivo.
Aqui, neste coração, o disfarce, a solidão, o meu único olhar,
O silêncio fundo da ravina que me chama,
Clama a presença da estrela que serei!?
Onde estou!?Quem sou!?Que galáxia me rodeia?
Estrutura, displicência de mim própria?
Quero desesperadamente encontrar-me;levar-me a passear num domingo,
À alameda rubra de acácias.Escutar-me em sintonia com os versos guardados, envelhecidos.
Simplesmente, leio-me, releio-me, e sinto-me vazia às vezes…
Correndo-me por dentro, o sangue que se vermelha adulto,
Se assemelha à menina que serei eternamente.
Quero ir por onde nunca soube ir.Talvez a minha memória,
O sonho da minha inexistência nasça outra vez, para me lembrar de mim.
Hei-de por certo encontrar-me num desses atalhos em que soçobro.
Nesses dias mesclados de inverno, postura frágil, hei-de despir-me da tristeza que não é minha,
Vestir-me num desejo…os cabelos do louco tempo…o fascínio da utopia,
Desentorpecer os membros num rumo enamorado do azul,
Buscar-me…aqueles instantes poéticos, do Outono da minha casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário