quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Elaine Coletti

Conversando com meu professor sobre poesias ouvi... 
Quem escreve é porque está cheio de ausências... 
Pensei... É o pensamento de um acadêmico...
De uma pessoa que vive a poesia...
Não escreve, mas encena cada uma...
Como se estivesse dentro da poesia...
Na época não entendi... Mas guardei...
Pois escrevia pouco... Hoje...
Fui percebendo a verdade dessa colocação...
Não é a ausência de amor que escrevo...
Não é a ausência de sentimentos...
Escrevo muitas vezes pela ausência...
De mim mesma... Por ser noite ou dia...
Por estar impossibilitada de sair...
De quem eu quero não estar aqui...
Não quero mais exprimir o que sinto...
Através de letras arrumadinhas...
Não quero porque são cansativas...
Escrevo para eternizar esses sentimentos...
E as ausências não são preenchidas facilmente...
Nem por um lindo poema...
Não depende de mim... Assim é a vida...
Escrever sobre o amor, medos e apertos...
Quando escrevo num papel em branco...
Não me realiza como mulher...
Viver é preciso... Dormir não é preciso...
Escrever menos ainda...
Não vou escrever mais...
Com essa intensidade e necessidade...
De demonstrar algo que não sei o que é...
Mesmo o texto completo...
Não há metade do que sinto...
Então pra que escrever?
Se escrever é ter ausências...
Meus sentimentos são mais profundos...
Porque ainda eu questiono...
Ainda eu sinto...
Ainda choro muito...
Ainda estou viva...
E tenho as minhas lembranças...
Quero escrever quando...
Penso valer à pena...
Ou quando tudo...
Não passar de um grande sonho...

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