domingo, 13 de outubro de 2013

Antonio Montes

A PRATELEIRA

Tentava eu; fazer compras no mercado da vida
procurava tentando entender, vivendo e onde
tudo nesse mundo pode nos acontecer.
Fui andando pela calçada do acontecimento
e depois da esquina me dei na estrada dos anos,
formei um plano já que tudo acontece em um
piscar de olhos. Tentei ficar com o sentimento
de molho, e me dei de frente com a praça da
realidade, quantas verdades aderida, nossa vida!
Lá eu estava; de frente ao mercado. Adentrei
passando pelas escadas da vontade, andei pelo
corredor da harmonia e parei frente à prateleira
da sensação. Ali eu iniciei a minha compra e
dentro de uma sacola coloquei: umas gramas
de coerência, uns milímetros de esperança
um quilometro de fé, um metro de vontade
um quilo de confiança, uma braçada de viver
uma arroba de saudade, um centímetro de
paixão, e um enorme coração.
Mudei para outra prateleira, quase derradeira
uma prateleira inteira de coisas que podia
pegar com a mão, essa era a prateleira da
compaixão, nessa eu pude ver a lagrima
sentida de um rosto em desgosto verdade vida
corrida de olhos vendados para que não olhe
os defeito feito do viver, aonde na fome ou no
olhar do mundo estão tampados pra você.
Estava lá nessa prateleiras a misera escancarada
do nada mirando o alvo da pobreza, aonde os
fracos em trapos vivem caindo como se fossem
vazios sacos tentando sobreviver, sem nunca
conseguir sair do lugar envolto em arapucas do
esquema que sem pena ainda trena com tudo
acabar. É como se fosse um leque sem breque
aonde o pobre tenta o que quiser, mas se quer
nunca consegue ficar de pé.

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