segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Telma Estevao

Alma suspensa


A noite sombria reflete decerto
As minhas insónias frenéticas
E o meu estado de espirito
Desgostoso, estático e incerto.

As notas tristes dos meus pensamentos
Giram vagarosas, sem sabor
Como as folhas que caiem
Melancolicamente á minha volta sem cor.

São lembranças dolorosas
Que despertam
Sonhos perdidos
Que dos meus olhos castanhos saltam

Os sons dos meus devaneios
Erguem-se distantes
E as minhas lagrimas indomadas
Mergulham em espirais por instantes.

Os meus lábios curvados e amargos
Sentem o travo salgado da minha alma.

Os meus soluços abafados
Cessam e morrem na boca
Apertando e sufocando o meu peito.

Deito-me na horizontal
Isolada e escrava.
Dos barulhos vazios
Que a noite me crava.

O sangue parece fugir do meu corpo.

Deixando-me desfalecida e suspensa
Cheia de esperanças.

Defraudadas, vagas e difusas.

Pouso as minhas mãos suavemente em cima do peito.

Esforço-me por erradicar
A palidez da minha alma.

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