Alma suspensa
A noite sombria reflete decerto
As minhas insónias frenéticas
E o meu estado de espirito
Desgostoso, estático e incerto.
As notas tristes dos meus pensamentos
Giram vagarosas, sem sabor
Como as folhas que caiem
Melancolicamente á minha volta sem cor.
São lembranças dolorosas
Que despertam
Sonhos perdidos
Que dos meus olhos castanhos saltam
Os sons dos meus devaneios
Erguem-se distantes
E as minhas lagrimas indomadas
Mergulham em espirais por instantes.
Os meus lábios curvados e amargos
Sentem o travo salgado da minha alma.
Os meus soluços abafados
Cessam e morrem na boca
Apertando e sufocando o meu peito.
Deito-me na horizontal
Isolada e escrava.
Dos barulhos vazios
Que a noite me crava.
O sangue parece fugir do meu corpo.
Deixando-me desfalecida e suspensa
Cheia de esperanças.
Defraudadas, vagas e difusas.
Pouso as minhas mãos suavemente em cima do peito.
Esforço-me por erradicar
A palidez da minha alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário