Pergunta-me quantas horsa tem o dia
que som tem o piar da cotovia
se ainda ardes em ciume
no ventre tornado lume
que me incendeia
Pergunta-me qual a ameia
mais alta dos meus olhos
de que cor são as pedras do caminho
quantos folhos
tem o meu vestido
Pergunta-me se o silêncio
que jaz empedernido
nos ventos que me assobiam
se faz ouvir dentro de mim
Pergunta-me se os meus lábios carmim
ainda silvam o teu nome
se as estepes uivam lá fora
se os pirilampos se vêem na noite escura
Pergunta-me porque ainda dura
esta loucura
quando eu sei que nada tem retorno
que nada regressa
se eu me adorno em lençóis de festa
cobertos com as lágrimas
que teimam em cair
Pergunta-me porque soçobro
se apenas eu sobro nesse fim de mundo
e se é profundo
o meu choro
e mais funda ainda a ausência
que me veste
Pergunta-me porque sigo em frente
se tudo me puxa para trás
pergunta-me e responde-me tu
porque eu não sei..
ou então sei, mas não sou capaz!
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