quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Maria Fernandes

AVISTO AO LONGE O MAR

Neste glaciar de gelo, vivo penando
Avisto ao longe o mar, de águas claras,
Acenando, convidando a nele navegar
Quero ir, quero nadar, quero voar

Peço a Hélio que derreta o gelo
Não pode, está ocupado com o ozono
O degelo provocaria negra inundação
Diz-me para ali ficar, aquietar o coração

Peço a Poseidon, vem, vem-me buscar
Leva-me nas tuas águas para outro lado do mar
Algum marinheiro me há de salvar
É imprevidente o teu desejo, pensa como gente
Ninguém aqui navega, correrias para te afogar

Imploro então a Eros, não me abandones também
Tenho tanto amor para dar e aqui não tenho ninguém
Não sei que te faça, tenho encontro marcado com Orfeu
Ouviu-se música e este, de pronto, prometeu-me ajudar
Trouxe também Morfeu, agora meu companheiro
Passo a vida a sonhar, com a poesia de travesseiro.

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