domingo, 15 de setembro de 2013

Margarida Cimbolini

CANTO

nasce assim este canto
nasce do ventre da mulher
piam os cucos quando ele nasce
nasce da cópula do vento
nasce no moinho moendo pão
nasce da sedução do condor
do ululante uivar do lobo
nasce da boca do povo
no pelo negro do corvo
dos olhos dos marujos olhando o mar
,,,,e baloiça no ar
canto que canto neste grande canto
no Universo onde nada é descanso
tudo se move tudo é sagrado tudo é espanto
túnel a que chamo de lilases
nestas vozes tão belas fortes e suaves
furacão que me arrasta sem medo
e dia a dia me revela enorme segredo
a Vida milagre de sempre
,,a pergunta do humano que sente
a pergunta que faço fremente
,, e é vivendo ,,olhando em frente
,, recusando ,,,o ontem suando um suor contente

nado em mágoas flores do sal que invento
,, ,,e me levanto a tempo
,,lábios colados no vento
,,asas da vida momento a momento....

Nenhum comentário:

Postar um comentário