quarta-feira, 25 de setembro de 2013

José Pedro Carvalho Marques

A MINHA PRECE…

Tão seca, Senhor, anda esta minha alma!
Terra árida, leito seco de rio!
Não há lá dentro um lamento – só calma –
Não há riso, não há sol, há só frio…

Neste meu interior sem louro nem palma
De mar ou ria, lodo no baixio
Em mim, tudo é silêncio, sem vivalma!...
Sou cor cinzenta sem garra nem brio…

Hoje, porém, Senhor, até parece!
Que lá no fundo um fio de água corre…
Dela bebi! Dela fiz minha prece…

Minha alma grita! Inda de Ti carece!
E no cantar dos sinos lá na torre
Ela exulta de alegria! Estremece!...

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