Poema em tons de Azul
Canso-me do poema
Quando deambula
Nas trevas do indizível
E se estampa na difícil trajetória
Do indecifrável.
Moldo-lhe as palavras
como quem constrói uma casa.
Lapido-lhes o óbvio
Polvilho-as de mistérios
Decifro-lhes a luminosidade
no labirinto dos seus sentidos
Sublinho-lhes perplexidades,
ousadias, assombros …
Gosto de tomá-las pelas rédeas
Torná-las maleáveis, apetecíveis.
Não gosto de as ver indóceis.
Anseio tocar o inédito
Ancorar no litoral da sua essência
Imergir no imprevisível do verso
Terçar o perfume, o sabor e o brilho
Ouso traçar uma verve única…
E teimo voar ao colo das fadas
Embarcando no Sonho
Imolando-me no Azul
De versos sem rima
De estrofes sem medida
De sonetos distorcidos
Na eufonia do sentir.
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