“NA PENUMBRA DA VIDA”
A vida, quando amanhece,
Traz consigo o anexim:
“Que tudo quanto comece
Virá a ter o seu fim”.
E na mutação da era,
Embora de giro eterno,
O viço da Primavera
Tem também o seu Inverno
A vida vai-nos mostrando
Como tudo está mudado.
E nós vamos comparando
O presente com o passado.
E por muito que se pense,
Que se diga e que se faça,
A vida que nos pertence
Já não tem a sua graça.
Mas se há Bem que não esqueça,
Vem sempre uma evocação
A não deixar que arrefeça
O que sente o coração.
Somos, então, sem acerto,
Uma alma vigilante
Por vezes julgando perto
O que já está tão distante!
E sem podermos vencer
O que nos possa iludir,
Vamos teimando em viver
Sentindo a vida a fugir.
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