segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Telma Estevao

Ai! As vozes dos poetas

Nas horas sacras de um envelhecer
Os sonhos jovens e ardentes
Dos poetas germinam…

Cantam e versejam versos incertos.

A noite se faz
De sinais e silabas
De poemas distantes e verbos.

As bocas frescas emergem sinfonias…
Colhem e embalam beijos languescentes.

Em flor…
Os queixumes brandos dos poetas
Morrem docemente
Dentro das suas almas
Versáteis e inconscientes.

Na nudez da noite
As vozes embriagadas
Emergem com promessas coloridas…

Palpitantes, espreitam afagos
Desejos e sentimentos…

Endoidecem a paisagem
E lançam flores aos ventos…

Cegam as almas virgens e perfumadas de um jardim!

Ai! As vozes dos poetas!

Florescem no silêncio
E são derramadas nas folhas de um livro aberto!

Com um leve brilho molhado
Os poetas tecem palavras ternurentas
Prosas que pulsam sem pudor
Nas linhas tortas de um qualquer caderno…

Palavras que pousam
Nas almas tristes e carentes
Quimeras que se fixam na retina dos olhos…

E nos levam a ver a crua… eternidade.

No perpétuo bailado
Das vogais e consoantes
As palavras mudam de voz e ritmo…

Esvaecem-se amargas…e carentes…

Quando desço os meus doces olhos, amor
As minhas pálpebras tremem…

Um vago medo!

A cada dia te invento…
E escrevo os meus sonhos na tua mente!

Sonho com os teus beijos mudos
Oro… e faço durar o nosso tempo!

Quando sonho contigo, meu anjo…

Algures dentro de mim…

Dilata… uma vontade clara e imensa
De agarrar… a aurora… boreal.

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