domingo, 11 de agosto de 2013

Telma Estevao

O ROSTO DA MINHA ALMA

No intimo da noite
Ressoam somente as pedras frias
E desertas da calçada

Ao longe, o sopro do vento
Ladeia o desfolhar das árvores
E dos meus sonhos
Em direção à alvorada

Quando tu não estás
Os meus olhos castanhos
Entornam pingos de saudade

Lágrimas frias e amargas deslizam
Pelo meu rosto branco e engelhado

Sobrevivo a cada instante
Suspirando pelo tempo desperdiçado, perdido...

Em cada ruga
E em cada poro somo a tua ausência
Que deixa minhas horas sem sentido

A minha expressão de ternura
Navega em delírio constante
E o meu rosto de dor e tormento
Vagueia no esguio horizonte.

Neste rosto esmagado pelas trevas
E arruinado em secreta amargura
Afogo o meu olhar em lamentos
À tua procura

Tantos momentos, incertos e inesperados
Nos meus traços delicados.

Aguento com desalento, as chagas
As contradições e as angustias, da vida.
Num sopro baixinho
Sussurro tudo e em segredo à minha alma sentida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário