terça-feira, 27 de agosto de 2013

Rui Moreira Henriques Serrano

O HOMEM E O POETA

Disseste-me que era o poeta que tu admiravas
E que o homem não contava nada pra ti,
Fiquei triste por eu ser o homem que o poeta
Encarnou, e que escreveu os teus poemas.

A tua intriga foi tão violenta e tão ingrata
Que eu me zanguei com o meu poeta,
E deixei de dar versos pra seus poemas,
Por me ter faltado a inspiração desejada.

Foste egoísta, desvalorizaste o homem,
Ficaste obcecada pela beleza do poeta,
Que mais não é que a pura encarnação
Do homem que abominaste sem razão.

Já não confio nas palavras elogiosas
Que me diriges agora, pra te redimires,
Da tua ingratidão e teus maus tratos,
Que separaram o homem do poeta.

E assim acabaram os poemas do poeta,
Que deixaram de contar com o homem,
Que lhe dava os versos pra escrever,
E que nunca, nunca mais vais poder ler.

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