sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Monteiro Sãozita

ARDEM-ME OS OLHOS
Ardem-me os olhos pelos cantos da casa,
pelos espelhos envidraçados, molhados,
saturados da penúria que não se esvasa 
destes meus olhares puros, acastanhados.
Ardem-me os olhos. Lacrimejam nevoas,
gotas cristalinas vindas dos meus mundos
que rodopeiam quando vejo pessoas
sentadas sem lar, sós, meros vagabundos.
Ardem-me os olhos por não te ver por aqui
testando os sabores do meu hálito, tua boca,
que por provar m’nha alma está parca, louca.
Ardem-me os olhos que se enxergam por ti,
que leem versos que para ti escrevi
em lágrimas sentidas em voz amarga, rouca.
Joellira

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