domingo, 11 de agosto de 2013

Mariana Loureiro

VERMELHO E PRETO

A vida… o tango…

Olhares descruzados, 
ritmos partilhados,
sonhos desejados…

Vermelho e preto, o contraste perfeito

Vermelho… cor… sangue… vida… paixão…
Preto… desalento… ausência… silêncio… traição…

Nas cores do tango,
com os acordes do desalento de guitarras nos seus queixumes,
a luta de uma alma traída,
numa batalha vencida…

No silêncio da vida, em gestos de fortes emoções,
desligaste a música e sacudiste o tempo,
num só momento…

Estremeceu a alma com a força do coração
Quanta paixão … quanta ilusão…
afastada… adulterada…

Sozinha… e perdida… no som de um tango que ainda chora…
solto os fonemas da alma…
nesta música de silêncios desfeitos…

O vento soprou… a lágrima rolou… o tempo parou…
Passos perdidos… desajustados…. desesperados…
O empurrão da vida numa traição sentida…

Vermelho… dor…. Preto… silêncio

Acendem-se as luzes e a música recomeça,
tocam-se os sentidos, agora definidos…
na dança imaginária de uma vida solitária…

Cai o xaile no chão,
tingido de vermelho, da dor da desilusão …

O par perfeito… agora desfeito…

Lentamente, o mundo acaba,
o sonho desaba, na morte antecipada.

O vermelho da vida tinge-se com o preto da morte…
Pela mentira, desfragmenta-se a vida,
aniquila-se a ilusão da dança perfeita da nossa paixão.

Vermelho… preto…
O compasso binário de um tango que diz adeus,
entre lágrimas de intensa saudade…
na música ardente de silêncios teus…

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