terça-feira, 20 de agosto de 2013

Joaquim Jorge Oliveira

ESPELHO

Pássaros com sede
Bebem as tuas lágrimas
No silêncio sagrado da noite
Onde tu te escondes e danças
Frente ao velho espelho da vida
Que reflete a beleza divina
Do teu cabelo de lindas tranças
Tu! Olhas e indiferente danças,danças
E recusas-te a perder a graça e magia
Que o teu corpo de velha musa
Emana, seduz e irradia
do teu ser leve, que assiste e levita
E esquece a idade, resiste e dança
Na ingenuidade de quem acredita
No sonho infinito de ser criança
O espelho mágico convida
Os teus olhos negros de breu
A contemplar as estrelas do céu e a vida
Tu! Pintas os lábios como antigamente
Quando pensavas ter corpo de gente
E ganhas coragem de te maquiar e ligar
O antigo gira-discos e ouves um clássico de vinil
E danças enquanto mundo continua a girar
Ris e choras, discreta e subtil
Para atraíres os pássaros sedentos
Ao teu corpo de musa e bailarina
Que baila na tua alma antiga de menina
Desde os confins dos tempos.
Não tenhas receio Dança! Dança!
Segue a beleza do poema e o conselho
Sem medo das tuas poses agora estranhas
Porque o velho e bonito espelho
será apenas delírio de habilidosas aranhas
E tu serás amor eterno no meu evangelho

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