sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Joaquim Jorge Oliveira

ALMA DILETANTE

Libélulas de cor azul cobalto
Pintadas no atelier do cosmos
Tomaram a minha alma livre de assalto
E elegeram-na o seu mundo e palco
Eu e os pássaros de olhos sagrados
Assistimos em segredo e sem medo
Aos seus mágicos bailados
De execução divina e sublime
Exibidos no meu corpo feito
Agora! Uma vara de vime.
Voos de subtilezas desconcertantes
Preenchem o céu da minha alma de cor
Como o nosso beijo antigo de amantes
Dado na idílica corte do nosso amor
Nos confins esquecidos dos tempos
Onde se fundiram os diamantes
Os nossos eternos sentimentos
Dos nossos dois corpos queridos e feridos.
As libélulas frágeis de cor azul cobalto
Dançam na minha alma diletante
Eleita alegremente o seu palco
Tentando libertar esta inquietante
Tristeza e estranha mágoa
De um dia efemeramente
Com setenta e cinco por cento de água
Termos sido aqui no mundo gente.
Fecho as portas sagradas da alma
As libélulas terminam a sua divina dança
Enquanto eu! Adormeço com calma
No ventre do cosmos
Na ingenuidade de criança
Neste corpo frágil que nós somos.

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