sábado, 10 de agosto de 2013

Celeste Leite

HAVERÁ SEMPRE POESIA

Há rios de amor que banham a própria alma,
Que passam agora no leito das minhas mãos.
Olhando-te neste líquido transparente e distante,
Quero dizer-te poesia, mas em poucas palavras,
Desta árvore de poemas que acabo de plantar.
Já não procuro só a noite, o dia ou uma simples flor.
As palavras invadem-me a boca na procura do amor
E a realidade violenta a minha paz, o meu interior.
Quando coloco a mão no meu peito,
Sinto as batidas forte do meu coração,
Sinto as passagens entre o céu e a terra ,
Nas entrelinhas das palavras perfumadas que escrevo.
Se eu soltar a ave em mim, neste instante, talvez ela vá pousar,
Nas ondas serenas do mar, na lucidez da manhã.
Gostava tanto de a ouvir gracejar, ao raiar do sol,
Num amor lindo, puro, na sinceridade de um novo dia.
E não nesta mão solta, que vacila na imensidão da noite,
No silencio batendo à minha porta,
No cheiro a essência lúgubre dos desencontros da vida.
E dilato a minha resignação, nesta arte que procuro sentir.
Não apenas neste poema, nas apenas nas palavras,
Mas num amor que chegue e me faça de novo sorrir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário