sábado, 3 de agosto de 2013

Celeste Leite

QUE PARE A CHUVA

A tarde está escura, a noite está fria,
O sol se oprime, por não ser susceptível, 
às mudanças de luz, já não é brilhante.
O dia ficou chuvoso, a madrugada perdida.
Na penumbra da chuva, névoas escuras sobressaem,
em mim, sem explicação, apenas ouço, um pingo, outro pingo.
A chuva vai aumentando, cantando de encontro à vidraça.
A terra se alaga, gotas caem do céu remexendo, fazendo fumaça.
Os rios cantam melodias tristes, lá fora,
Porque a chuva quando cai é porque alguém chora.
Surge uma vaga fininha, uma tristeza imensa,
Num fio tênue de água que agora se condensa.
Aos olhos do céu, ficam uns dias sem alma.
Quero que a chuva cesse e não caia mais uma lágrima.
Não quero frio nem a terra envolta de brumas.
Quero que os rios calem para sempre as suas melodias tristes,
que tanto me consomem os dias, nestas chuvas de pranto.
Hoje só quero sossego, o céu azul e o sol visível.
Para que posa ouvir no bater de asas das aves, o meu canto.

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