quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Antonio Montes

BOM DA MULATA

O fogo que queima
panela que não pode queimar
a carreira que esta caída
a queda que deixou avançar.

A realidade escondida
na verdade que não pode falar
a mentira cruel e lambida
em vida que chegou pra ficar.

A peteca atirada pra cima
à caneca cheia de pingão
o pião que roda na vida
o sovaco da cor da catinga.

O mendigo que dorme na rua
o frio contido no osso
o corpo exposto na lua
o gostoso gosto do colosso.

Matraca que bata e atraca
no trilho a inhaca da vaca
o tiro da pomba catraca
o sapateado bom da mulata.

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