quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Alfredo Costa Pereira

“VOU -TE DAR UM BEIJO”

Diz-me meu amor: já viste uma ave formosa, num voo triste, beijar uma rosa? Já viste uma abelha, constante e fiel, 
à flor vermelha sugar o mel? 
Já viste, amor, a mansa pomba inocente ir beijar suavemente um nenúfar? 
Já viste, minha querida, uma borboleta, sorver perfumes entre queixumes, da corola preta de uma violeta?

Mas já me viste, suavemente na tua boca breve e rosada, num brutal desejo, mulher amada, depor um beijo!

Antes de te conhecer, amor, supunha que esta sensação emocional, somente poderia ser idealizada na imaginação de um escritor. Mas um dia senti no coração uma impressão incógnita, espontânea, que fez coincidir esta sensação com a tua aparição diante de mim, sorridente e subitânea.

Não podendo negar a evidência, murmurei: loucuras de momento!

Mas veio uma nova fase de existência,
em que o meu pensamento voava para ti, e não me achava bem na tua ausência!

E após um meditar longo e profundo cheguei finalmente à conclusão, do escritor:
É possível o amor, o amor profundo, havendo neste mundo mulheres como tu, celeste flor!

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