quinta-feira, 11 de julho de 2013

Margarida Sorribas

Versos! Versos! Versos meus!
Perguntas-me tantas vezes amor, 
Porque te canto eu assim, sempre num pranto?
Porque te falo eu assim, sempre em verso, deste jeito?
Porque tu me fazes amor, chorar e tanto
E os meus versos são prantos diversos e dispersos
Que eu, de tanta dor, tento arrancar do meu peito.
Ah! Versos! Versos! Versos meus!
Dores tão vivas que eu te canto sangrando
Em linguagem de soluços gemidos e de encanto
Que se formam dentro de mim e me percorrem
Toda, abraçando-me doendo numa forma de linguagem
Cortante, que me percorre inteira e que nunca morre!!!
Ah Versos! Versos! Versos meus
Lançados ao vento por minhas mãos pedintes,
Abertas, desprendidas, libertas
Pedindo-lhe que te encontre por aí e que te diga baixinho
Que os meus versos são todos teus,
Que os meus versos serão sempre tão verdes
Como verdes são as folhas das roseiras silvestres;
Que os meus versos são o amor que sinto por ti
E que através deles nunca se perde;
Que os meus versos são o nosso único beijo
E que nunca morrerá…que durará eternamente.
Morrerei eu, em cada verso, mais facilmente
Na forma como em cada um a ti me entrego
Revivendo a cada instante, recusando-me partir de vez
Deixando-te, tal a força do meu pensamento,
Nem que seja para viver contigo a vida toda
Num único momento…
Por isso eu te canto e choro a cada hora
Com medo que tudo possa começar
Ou terminar agora…

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