domingo, 7 de julho de 2013

Manuel Manços Assunção Pedro

NO CAIS DA ALMA

No cais da alma desembarcam os desejos,
vãs quimeras que se esfumam em bocados.
Primaveras que florescem mil ensejos, 
como as rosas se enamoram pelos prados.

Ancoradouro de sonhos, de eternos beijos,
Pátrias errantes, de humildes mal amados.
Biblias de homens, que remoçam seus gracejos,
sangue de heróis, que se escoa nos seus brados.

A Terra chora a fila da ingratidão,
sua dor eterna, o guerrote que lhe dão,
sufocos que se esvaem em grãos de pó.

Nas serranias o sol vinga e “anda a monte”,
Procura a paz nos sussurros duma fonte
e eu procuro os teus lábios, estando só.

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