terça-feira, 2 de julho de 2013

Jonas R. Sanches

Palavras de um Silêncio Eterno

Nas tardes de chuva eu calarei
e nem que as flores dialoguem, eu calarei
e nem que os pássaros cantem, eu calarei
e mergulharei meus sentimentos no silêncio.

Nas tardes infinitas da terra dos arlequins eu calarei
e nem que a lua recite trovas pelas noites, eu calarei
e chorarei pelas estrelas mortas e pelos velhos
que foram abandonados nos desertos da solidão.

Nas tardes que se forem junto ao crepúsculo eu calarei
mesmo que todas as cores preencham meu ser, calarei
e não haverá sussurros, nem haverá misericórdia
somente um som que traz no vento a minha morte.

Nas noites de chuva eu calarei, e olharei as almas
vagantes que povoam minha lúgubres alucinações;
e naqueles momentos onde reina a doce insensatez
eu beberei um cálice de sangue e um cálice de amor;

então minha sede cessará todas as palavras vãs
e, eu calarei, eu calarei pelo resto dos meus dias
e haja o que houver, serão somente letras e poesias
silenciosas, misteriosas, que falarão do cravo e da rosa.

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