quarta-feira, 3 de julho de 2013

Joaquim Jorge Oliveira

BALLET DAS GARÇAS
I
Deixa-me ver chegar e apreciar
O voo angélico das garças-reais
Que aterram, suaves e devagar
No meu peito e nos olhos mortais
II
Deixa-me abrir os olhos ao paraíso
Que contaria a humana insensibilidade
Neste momento edílico que preciso
Desfrutar no silêncio da eternidade.
III
Deixa-me ouvir o canto do rouxinol
E ver o ballet de aves no azul do céu
Que chegam cansadas ao por do sol
Musa deixa-me ver! Tira o teu véu.
IV
Deixa-me agora, sonhar e ficar aqui
Preso à magia do voo que deslumbra
Enquanto espero, adormecer em ti
Quando o sol for e vier a penumbra
V
Deixa-me ir para dentro do teu ventre
Ficar aí quieto, protegido e sossegado
Sentir-me por ti amado tranquilamente
Enquanto o sol não tiver de novo acordado
VI
Deixa-me fechar os olhos docemente
No teu colo de eterna musa e amante
Neste desejo de beijo simples de gente
O meu corpo, precisa e tua boca garante.

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