quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cristina Pereira

SILÊNCIO

Acordo para as manhãs conturbadas.
O barulho tomou conta do meu peito.
Nem a luz clara dum novo dia o acalma.
Tudo à minha volta parece gritar em surdina,
implorar que me levante,
saia deste marasmo e da inércia
que tomou conta do meu corpo.
Mas…
Não consigo ouvir.
Não consigo falar.
Só sinto o barulho cá dentro que silencia
todos os outros, fora de mim.
São as vozes da saudade e da tristeza que falam.
São as palavras de amor que gritam o desespero
da partida.
São os risos de alegria que pedem para continuar
comigo.
São os sons do roçar a minha pela na tua
que não se calam.
É o som da brisa que percorre caminho
por entre as árvores e diz que aguarda por nós.
Como silenciar este barulho?
Como voltar à paz e ao silêncio, Amor?

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