sábado, 20 de julho de 2013

Cristina Correia

Leio as palavras não escritas
As que não ousaste dizer
Conjugo-as no passado
No laço apertado da garganta
Afogada em meu choro…

E eu que só queria ser
O ar bebido pla tua boca
Ser-te sol em dupla pele
Lua luzente nos teus olhos
Amarelecidos pla tristeza

Foram momentos…

Breves e fugazes momentos
Sussurros de vento passante
Descruzaram-se caminhos
Não há estrada para ontem
Nem avenida para amanhã

Foram gestos…
Toda a poesia labial
Todos os poemas de dedos
Do amor que sei fazer
Calado sem o saber dizer!

Chamo por ti no mutismo …
Será que escutas eco meu?

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