Ontem desci a rua desfeita de quimeras
nascida entre as cameleiras desoladas
- as que choram lágrimas cristalinas ao
alvorar – e quis afagar-lhes a tristeza
silenciosa que desponta ao anoitecer e
se dispersa na brancura do dia como pardais
aturdidos que rasgam o céu e nele se definham.
Não lhes toquei. Fiquei a vê-las finarem-se às
preces de um vento delgado que as beija e visita
na escuridão, tal amantes de luares. O jardim que
desbravaste noutra noite é agora cama de outras
sementes, caminho de dores veladas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário