Moinhos de Vento
Quadros ao contrário corredores para lugar algum
Inválido pesa o grito andarilho nesse deserto finito
Disparada e célebre a roda das traiçoes sua nódoa
Povoando espaços vazios nus caminhos extintos
No porto âncoras esfareladas juras e vinganças
Febril pesadelo a dança a vida a morte a sorte
Quixotesca desabalada quase promessa de paz
Tremeluzente pálido sonho abortado o norte
Vis conversações convergem suas incoerências
Nuas lúdicas perspectivas as purulentas faces
Antes do amanhecer e reconhecer o intrépido
Conhecimento solitário cavalgando silêncios
Bastardos magos e suas récitas, vulgares cataventos
Catando pelo tempo um resignado sancho-esperança
Sabotado pela cruel realidade descontente tormento
Insano o bobo da corte deposto vã entidade avança
Rasga a cortina revela a augusta saída - a guilhotina
Indestrutível e covarde concorda a vã cumplicidade
Desmantela os sufrágios frágeis - estúpidos joguetes
Concordo quase despenco abismos interminável ego
O ontem jaz cadáver inocentado pelo jamais
E o amanhã é feto cortina transparente afeto
Expectativa acerto e perdão por ainda não ser
Deliro moinhos de vento em galopes fálicos
Sobretudo impotentes gigantes hierofantes - a dor
Desperto desprezando descrente desesperos
Acordo pelo acorde acordo feito talvez acorde
Discorde.
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