segunda-feira, 3 de junho de 2013

Renata Affonso

Moinhos de Vento

Quadros ao contrário corredores para lugar algum
Inválido pesa o grito andarilho nesse deserto finito
Disparada e célebre a roda das traiçoes sua nódoa
Povoando espaços vazios nus caminhos extintos

No porto âncoras esfareladas juras e vinganças
Febril pesadelo a dança a vida a morte a sorte
Quixotesca desabalada quase promessa de paz
Tremeluzente pálido sonho abortado o norte

Vis conversações convergem suas incoerências
Nuas lúdicas perspectivas as purulentas faces
Antes do amanhecer e reconhecer o intrépido
Conhecimento solitário cavalgando silêncios

Bastardos magos e suas récitas, vulgares cataventos
Catando pelo tempo um resignado sancho-esperança
Sabotado pela cruel realidade descontente tormento
Insano o bobo da corte deposto vã entidade avança

Rasga a cortina revela a augusta saída - a guilhotina
Indestrutível e covarde concorda a vã cumplicidade
Desmantela os sufrágios frágeis - estúpidos joguetes
Concordo quase despenco abismos interminável ego

O ontem jaz cadáver inocentado pelo jamais
E o amanhã é feto cortina transparente afeto
Expectativa acerto e perdão por ainda não ser
Deliro moinhos de vento em galopes fálicos

Sobretudo impotentes gigantes hierofantes - a dor
Desperto desprezando descrente desesperos
Acordo pelo acorde acordo feito talvez acorde
Discorde.

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