Um dia soltei meus pés
e caminhei pelo prado
quando senti o aveludado
da erva fresca!
Senti o húmido da terra
que avivava o cheiro a verde
desta planície serena
e fez sentir o gosto
desejando que este gozo
poderia ser um dia
a minha paz eterna!
Meus olhos percorreram tudo
até ao pequeno risco
a ladear cada montanha!
Com meu olhar alcancei o infinito
deste céu aberto que me cobre
e que ao longe se desenha
por cima de cada monte!
A natureza enternece cada olhar
e ao ouvir tamanha vida
desde a ave à pequena formiga
de momento até senti
que comigo parecem falar!
Foi longe meu perguntar
e alguém me respondeu!
Por aqui onde existe
tanta vida
tanta cor
e no meio de tanta beleza
onde se sente o amor
haverá por aqui também
que tenha lágrimas e tristeza?
E haverá mágoas
por esta linda natureza
ou pelo menos
algum momento de dor?
Eu não creio!
Verdade que não!
Quem me responde
é o vento que me empurra
o sol que me brilha
a água que alimenta
e a borboleta que gira!
E quis subir a montanha!
É quando subo
vejo uma além
e além mais outra!
E é quando ela me diz
que subindo ainda mais
encontrarei mais uma...
e talvez outra mais!
E assim será até ao infinito
ou até quando eu não consiga
ou não queira subir mais!
Porque as montanhas
também são as que nós quisermos!
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