quarta-feira, 5 de junho de 2013

Margarida Cimbolini

ESCREVO

por Margarida Cimbolini

escrevo da
minha amargura
desta suave dor
pela qual
quase me apaixono
e sei que não dura
escrevo
porque me surgem
palavras
que não procuro
antes nascem
como regatas
e parecem gratas

desfaleço em brandura
tal o amor que me inunda
de tanto esta ânsia dura
de tal modo me resgata
e me desgasta
e meiga e terna me sinto

e nada e tudo me falta

e não lanço a âncora
deixo vogar esta barca...

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