DESERTO
Secaram as doces tâmaras dos teus lábios,
deixando areias soltas em seu lugar.
Guardo a luz do teu olhar em relicários
e o acre sabor do sal que há no mar.
Vesti um burel p’ro calvário do meu caminho,
que se agiganta nas vagas dos teus braços,
ele é roxo e tem a cor do rosmaninho,
quando adormeço e sonho em teus abraços.
Essa angústia, essa tristeza, em ti espelhadas,
do sofrer do mundo são pequenos nadas,
e são o borbulhar das ondas dos teus passos.
Caminhas sobre dunas espartilhadas,
palmeiras e paixões armadilhadas,
que florescem em delírio, em meus cansaços.
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