segunda-feira, 17 de junho de 2013

Jorge Caraça

Meia escuridão

A lua veio murar no meu quintal
No meu telhado e na minha rua,
Um quarto de bem, outro de mal
Com raios de açúcar, outros de sal,
Na sua palidez, meio pudica, meio nua

Esta lua em quarto crescente
Adormece-me os sentidos,
Sinto-me meio louco, diferente
Meio besta, meio gente,
Alegremente entristecido

Afogo-me na sua meia escuridão
No delírio desta noite a dois tons,
Entre o disparate e a razão
Confuso no querer e na solidão,
Embriagado de sombras e sons

Lua de sonhos, lua de enganos
Espelho do sol, da noite vaidades,
Sorrisos e choros nos verdes anos
Musas envoltas em pérfidos panos,
Que escondem mentiras
No meio das verdades

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