sábado, 15 de junho de 2013

Auber Fioravante Júnior

Orvalho pela Face

Sobre a folha d’este entardecer 
Frio e sem cor, versos e anversos 
Deleitam-se trazendo do poente um cálice
No qual vinho servi e bebi em metáforas
Uma dor uníssona, vintage da canção!

D’uma nuvem cinza e parnasiana
Velas declaram-se em melancolia,
Deixando ao acaso palavras e silentes
D’um poema idílio construído ao içar da nau,
Partindo a esmo d’aura, sem luar a versejar!

A estação mensura-se, se chega
Pelas calçadas vazias, apenas o vento
Soa entre as pétalas secas e a noite parda
Quase infinda, a vida mistura-se, destina-se,
Ao lábio de mel, ao aveludar da flor!

Como um acrobata a esperança
Alça-se aos céus, as brumas do ser
Dos homens que na poesia acreditam!

Há uma lágrima triste no olhar,
Mas há outras deslizando pelo amor
Saltimbanco incontido no âmago,
Nos veios da rosa vermelha, orvalhada,
Única no jardim, na sempre vivencia do versar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário