sábado, 11 de maio de 2013

Teresa Almeida

Da minha janela

Abro a melodia da manhã que me floresce à janela
pensamentos escusos anulam-se nos cortinados da noite
deixo-me seduzir em promessas de cerejas carnudas e suculentas 
com sabor a beijos teus

lá ao fundo, no remanso do rio, ecoam românticos fluidos musicais
Vivaldi toca eternidades de prazer em fogosidades primaveris
escapam-se algumas notas de rodapé

nem quero acreditar
em geadas tardias e em ventos desbragados
a bailar na cambraia fina da minha cerejeira
de um só golpe poderão desafinar a sinfonia
do festival dos sentidos

abraços pendurados e notas soltas de uma sonata de verão
começam a assomar-se na minha janela

Nenhum comentário:

Postar um comentário