sexta-feira, 26 de abril de 2013

Telma Estevão

Sob este céu azul, esta distância


Remexo nos meus sonhos, prolongados
Serenos, de cor rubra... e tão belos.

De pálpebras cansadas e cerradas
Recordo e respiro, de mansinho
Palidamente gemo, ao cair da noite
Ficando embevecida em meus desvelos

Debruço-me no silêncio, imprevisto
Que me invade e entontece.
No fim do dia, sorrio
Divago e disperso-me nas trevas
Quando a noite acontece

Cá dentro habita-me a ânsia
De colher recentes sonhos
E um enlace, ao amanhecer
Sentindo em mim os teus lábios tão risonhos

A mente enleia-se
A dor fere-me e desliza, neste instante
Penetra-me o vazio e um vago sofrer-te
Enquanto a alma voa para bem distante

As mãos ocas, sem abrigo
Sem perfume, suspensas, expiram-me.
Idealizo fragmentos de ti

Vou a medo…envolvo-me
Em ais comprimidos

Estremeço, nesta delícia sem fim

Sob este céu azul, esta distância…

Falsas alegrias
Quase nadas…em harmonia

Até quando…resistir?

Deixas-me ficar um sonho apenas

Um sonho virgem e ateado
Um queixume brando e doce.

Os meus sonhos
Florescem quentes, por engano
São sonhos não sonhados…
Talvez fosse pior se assim não fosse...

São lúcidas ilusões

Espasmos…de um sonho virtual!
E adormecem juntos nossos corações
De um modo especial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário