quarta-feira, 24 de abril de 2013

Telma Estevâo


Despedida

Ah, dói-me tanto, amor, ver-te partir
Sentir os passos teus já se afastando...
Floriram nossos sonhos por engano
E o nosso amor morreu antes de surgir…

Esta noite os meus olhos estão amargos
Desencontrados dos teus, não sei quem sou.

As pálpebras cerraram
E dos meus olhos baços e dispersos
Germinaram duas lágrimas para fora
E mil por dentro me afogaram
Por estes tempos tão adversos

Tantos sonhos ficaram, ausentes
Esquecidos pelo caminho
Tantos sonhos não sonhados…
E a alma penando-me, doente, sem sorrir
Com o que o tempo calou
Dá-me sonhos mas... amargurados

Esta noite cobri o meu coração
Com as cinzas da lareira
Arrefeci e gelei fundo, na saudade
Gritei porque a magoa, a dor
Bateu com um eco de lamento à minha beira.

Esta noite pela primeira vez, escutei
“shes like the wine”, isolada
E não ouvi, esta é a nossa, amor

Esta noite sangrei e vesti as letras de luto
Por não ter tido tempo, de te dizer
Adoro-te, amo-te, estou aqui, sou tua.

Esta noite, fechei o meu coração
Ponto final! E acabei este livro, com lágrimas.

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