quarta-feira, 24 de abril de 2013

Acácio Costa

Meu sonho!...

Quando contemplo o sol poente, 
esvaindo-se sobre este meu rio, 
que corre desvairado para a sua foz, 
cada vez mais eu sinto que te perdi.
E, por mais que te chame, não voltas.
Já perdi a esperança, já não tenho voz.
Sempre te segui, como borboleta dançante,
pelos campos floridos da primavera.
Contigo, saltei de flor em flor, qual delas a mais bela e pura;
Subi árvores, montanhas, até ao cimo do Everest.
Passei rios, mares e oceanos, correndo sempre atrás de ti!....
Mas, um dia nevou, e no meio de tanta brancura,
senti e soube que te perdi.
E, quando umas asas brancas, às bolinhas,
bateram na janela do meu quarto, corri…
Corri, maluco, rasgando as cortinas da vidraça,
pensando que te vi. E vi!...
Mas, fugiste, esvoaçando e bailando sobre o mar.
Tornei a perder-te no horizonte. Nunca mais te vi.
Borboleta, não sei onde está a tua crisálida,
mas, ouve-me, desta vez. Depois da tua metamorfose,
volta, de novo, para guiares o resto do meu destino,
que corre neste meu rio de limos e águas turvas,
que, sem ti, serão cada vez mais salgadas.

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