sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quantas ...Quantas noites mal dormidas,
Vendo o deslizar das horas mortas,
Vagamos por imagens absortas
No silêncio da casa adormecida.

Quantas as lembranças produzidas,
Que tomam de assalto o vão das portas
E erguem um retrato em linhas tortas
Daquilo o que foram nossas vidas.

E neste emaranhado sempre tem
A dor d'uma lágrima sentida
Que recorda-nos a face de alguém.

Alguém, por quem a alma chora e sonha
E o abraço ao travesseiro é a saída
Mesmo que as vezes lhe encharque a fronha!



Rui Moreira




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